Michelle Batista - Rogerio Pallatta

"A mulher não tem que ser obrigada a nada", defende Michelle Batista

Vivendo pela terceira vez a prostituta Magali na série O Negócio, da HBO, a atriz diz que a cidade de São Paulo a deixou mais “poderosa” e que não entra em disputa com a irmã gêmea, a atriz Giselle Batista

Daniel Lopes Publicado em 20/04/2016, às 08h59 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h44

Assim que ela desponta com seu cabelo ruivo e o vestido vermelho, no alto dos enormes saltos de suas botas, Michelle Batista, 29 anos, não consegue não chamar atenção. É quase impossível não se sentir intimidado por sua presença, mas, assim que a atriz começa a falar, a pose de mulherão vai embora e aí conhecemos a verdadeira Michelle. “Eu sou bem relaxada, levo a vida de maneira tranquila, sem me preocupar demais. Acho que é nisso que sou parecida com a Magali”, comenta, fazendo referência à sua personagem em O Negócio, série da HBO que volta para a terceira temporada em abril no canal pago.
No seriado, Michelle é Magali, uma prostituta que, ao lado de Karin e Luna, papeis de Rafaela Mandelli, 36, e Juliana Schalch, 30, respectivamente, consegue abrir uma empresa e comandar o próprio trabalho. “Ela começou a série morando de favor na casa dos outros, agora ela tem uma casa, um namorado, uma empresa. O mais legal é poder fazer um trabalho continuado, revisitar uma personagem que você já fez”, explica. Ser uma prostituta na tela não é mais um problema. “Na primeira temporada, quando não sabíamos como ia ser interpretar papéis mais polêmicos, ficamos apreensivas, mas agora já superamos isso”, revela. “Existem muitos tipos de prostituição. Elas são mulheres inteligentes, lindas, bem-educadas, podiam fazer mil outras coisas, mas escolheram isso. Elas não são vítimas da vida”, analisa.

MAIS PODEROSA
Toda essa emancipação da mulher e de sua sexualidade na série serviu para o crescimento pessoal da própria Michelle. “Me procuram mais para falar sobre sexo hoje em dia. Me param na rua para dizer que admiram as mulheres seguras, que fazem do corpo o que elas querem. A mulher não tem de ser obrigada a nada”, declara. Para ela, é legal fazer uma mulher forte, passar uma imagem diferente do que as pessoas tinham da atriz. “Meus amigos cariocas dizem que São Paulo me influenciou positivamente, me deixou mais poderosa”, completa. Para gravar cada temporada, Michelle passa até cinco meses morando na capital paulista, já que a atriz vive no Rio. 


IRMÃ E PARCEIRA
“Eu amo São Paulo, vou acabar virando paulista de vez. Para fazer a série, a Magali já teve de ser loira e ruiva. Quando ficava com o cabelo detonado de tanta química, fazia a louca, colocava umas roupas malucas e dizia que era atitude, estilo (risos). Em São Paulo, você pode tudo!”, afirma. 
Nesse ano, além da nova temporada de O Negócio, Michelle aparece no longa-metragem Zoom, dirigido por Pedro Morelli, ao lado de sua irmã gêmea, Giselle, que recentemente esteve no elenco de A Regra do Jogo (Globo, 2015), e do mexicano Gael García Bernal, 37. Pouco antes da entrevista, Michelle estava com a irmã, em um hotel, escolhendo a roupa que iria usar logo mais. “Nós estamos sempre nessa parceria, ela me ajuda muito. Não sou encanada de ter de me destacar mais que ela. Se um papel não for meu, espero que seja dela”, diz. Depois da capital paulista, Michelle ainda seguiu para divulgar o seriado na Argentina e no México. O Negócio é exibida também nos Estados Unidos. “Recebo e-mails de fãs estrangeiros da série e nem consigo acreditar. É um presente”, conclui. 
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