Fábio Porchat na obra Grande Flor Tropical, do artista austríaco Franz Weissman, no Memorial da América Latina, em São Paulo - Martin Gurfein

"Acho a TV aberta careta", dispara Fábio Porchat

Prestes a estrear seu programa na Record, Fábio Porchat comemora a nova fase do humor, mais consciente e menos preconceituoso, e afirma (sem falsa modéstia): “Sempre fui engraçado”

Daniel Lopes Publicado em 23/08/2016, às 11h37 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h44

O motorista do táxi arregala o olho ao notar o passageiro: é o humorista Fábio Porchat, 33 anos. “Minha mulher é sua fã. Tira uma selfie comigo?”, pergunta ele enquanto a equipe de CONTIGO! segue viagem na companhia do ator até o Memorial da América Latina, em São Paulo. “Fui me acostumando devagar com esse tipo de assédio. Se me pedem foto, eu sempre tiro, não me incomodo. Eu não ganhei o BBB e de um dia para o outro fiquei famoso. Foi um processo ao longo de dez anos”, diz Fábio, que mal consegue segurar a ansiedade para a estreia do Programa do Porchat, na quarta-feira (24), na Record. “Acho que a TV aberta é careta, mas a atração vai ser do jeito que me sinto mais à vontade. Vai ter entrevistas, stand-up, esquetes, jogos, brincadeiras com os entrevistados. O formato pode ser igual ao que já existe, mas esse vai ter a minha cara”, completa. Confira, abaixo, os melhores trechos da entrevista.


Experiência internacional
“Nunca me imaginei apresentando um talk-show, apesar de sempre ter assistido muito e o Jô sempre ter sido uma referência. Ele é tão incrível que precisou de três caras para segurar o legado dele. Eu passei uma semana em Los Angeles visitando os estúdios da Warner e conversando com todo o backstage da Ellen DeGeneres (58), do Conan O’Brien (53). Perguntei para todos eles porque o Late Show é uma febre nos Estados Unidos e eles me explicaram que lá já é uma tradição. A consagração maior de um humorista vem quando ele ganha seu próprio programa. Não dá para prestar atenção no que outras pessoas como o Adnet (Marcelo, 34), e o Gentili (Danilo, 36) estão fazendo. Criamos um programa do zero, então ele tem que ser da maneira que acreditamos.”

Novos tempos
“As pessoas estão lutando cada vez mais pelos seus direitos e isso é sensacional. O povo diz que piada antigamente era legal, mas só era bom se você não fosse mulher, gay, negro, nordestino e deficiente. Era bom para quem, afinal? Hoje, me parece que estamos num ótimo momento para expor os racistas e tirar os homofóbicos do armário. A comédia entra nesse meio de transformação. Nem a gente sabe ainda como fazer uma piada sem ofender, nem o público sabe como receber esta piada. Então, é preciso paciência. As pessoas têm direito de cobrar. O cara foi a vida inteira chamado de macaco e não quer mais porque isso é racista e ofende. Ele tem o direito de ficar possesso quando ouve qualquer tipo de brincadeira. O difícil é tentar entender como adequar nossas velhas opiniões e preconceitos para gerar um outro tipo de piada. Você sempre vai poder acertar ou errar. Mas, atualmente, vivemos na ditadura do acerto. Se você errar, por menor que seja, as pessoas te cobram como se todos fossem 100% corretos. Há 20 anos, se eu fazia uma piada torta, o show acabava e ninguém ria. Hoje, se eu faço uma piada ruim, sai na capa do jornal, vira assunto no Facebook, todo mundo dá opinião... É muito ruim não poder errar.”


Sempre engraçado
“Eu estou sempre sorrindo, de bom humor, rindo, aquele cara chato que acorda feliz. Esse lado extrovertido é meu, longe das câmeras ou não. O Fábio é assim. Com 6 ou 7 anos, eu já adorava piada. Mais do que ser engraçado, eu sempre fui alguém que gostava de contar histórias. Reunia os adultos pra me ouvirem. E hoje me dou conta que eles prestavam atenção, riam, eram cativados pela história. Cresci assistindo a Chaves, TV Pirata, Sai de Baixo e Os Normais. E isso também me motivou a ser ator. Quando eu fui no Jô na primeira vez, cursava Administração e estava na plateia pra assistir. Pedi pra ir lá na frente porque eu era palhação, já adorava fazer graça na frente de toda a sala. E foi naquele dia que eu mudei minha vida. Eu tinha 18 anos e decidi que queria aquilo para minha vida. Um mês depois, já me mudei para o Rio e fui estudar teatro.”

Amor x trabalho
“Estou namorando Nataly Mega, 29, produtora executiva do Porta dos Fundos. Estamos há um ano juntos. Facilita trabalhar no mesmo lugar, temos mais assunto. Eu sou meio desligado. Nunca sei dias, datas especiais. Sou de ficar em casa, não sou muito de sair, ir para balada. Eu gosto de Netflix e jantar em casa. E isso pra gente é ótimo. Quando estou com ela, gosto de ficar com ela, aproveitar aquele tempo ali. E também adoramos viajar. É a minha onda. Faz parte comer a comida típica, conhecer gente, correr no parque local... Não gosto daquela coisa de 10 países em 10 dias, prefiro passar 10 dias num só e aproveitar de verdade.”

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