Pela primeira vez, a atriz fala sobre a doce (e difícil!) missão de ser mãe de Pedro, de 1 ano e 3 meses. Ela revela à Contigo! que se emociona ao ver a relação do filho com o pai, Mauro Lima, e ainda garante ser ótima dona de casa!
Tatiana Ferreira Publicado em 09/09/2015, às 20h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h44
Criada pela mãe, a professora Ana Cecília Dorelli, 52 anos, e por sua
avó materna, Maria Dorelli (falecida há oito anos), Alinne Moraes,
32, que só conheceu o pai, o fotógrafo Luís Orlando Moraes, quando já estava
com 21 anos, cresceu sem referências masculinas. Sem irmãos, primos ou avô, só
agora a atriz descobriu como é o dia a dia do universo masculino. Extremamente
organizada, beirando ao TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), como ela mesma
brinca, não é raro vê-la chegar do trabalho e se agarrar a uma vassoura. “Agora
estou realmente vendo o que é uma casa de meninos”, diz referindo-se à bagunça
do marido, o cinesta Mauro Lima, 47, e do filho, Pedro, 1 ano e 3 meses, fruto
de seu casamento de três anos. Visivelmente emocionada, a protagonista da novela Além
do Tempo fala sobre o retorno ao trabalho depois de dois anos afastada
para se dedicar ao filho e do sonho concretizado de ter uma família.
Foi difícil voltar ao trabalho?
Não foi tão difícil, mas tive de abrir mão de algumas coisas. Não estou conseguindo
ir ao balé desde que a novela começou a ser gravada, por exemplo. Sinto falta,
mas prefiro ficar com Pedro.
É verdade que você tem vocação para dona de casa?
Total (risos)! Tenho um pouco de TOC (transtorno obsessivo compulsivo),
sabe? Brincadeira! Não que seja isso, mas eu gosto da casa limpa e organizada.
Já me vi várias vezes às 10h da noite com uma vassoura na mão e o Mauro
dizendo: “Gente, você está cansada! Tem de decorar o texto!” Mas, enquanto não
consigo ver a casa um pouco mais limpa, não relaxo.
O Pedro foi planejado?
Foi! Eu tirei o anticoncepcional e esperei. Demorou uns quatro meses. Há
tempos estava com muita vontade de ser mãe.
E no que a maternidade a transformou?
Potencializou muito meus sentimentos. Apesar de os medos e as
inseguranças terem tomado outras proporções, ao mesmo tempo trouxe paz a meu
trabalho. Estou mais serena. Tinha a ideia de que ser mãe só me traria coisas
muito positivas. E me trouxe, de fato, mas tenho observado que é preciso
cautela para não ser rigorosa, nem carente demais.
O fato de ter um pai ausente influenciou na decisão de formar uma
família?
O meu grande sonho sempre foi formar uma família e dar um pai para meu
filho que não poderia ser encontrado em uma noite, em um bar. Queria um pai
lindo, obviamente, mas que fosse esperto, inteligente, bem-sucedido entre
outras coisas. E o Mauro é melhor em tudo! Assim como eu, não gosta de DR
(discutir relação) ou de regras de aprisionamento. Eu me emociono muito vendo o
Mauro e o Pedro. Como não tive pai, nem irmão, nem avô, a única relação com o
universo masculino foi entre homem e mulher. É muito novo e emocionante ver o
Mauro com o Pedro. Fico babando.
E como foi conhecer seu pai aos 21 anos?
Meu pai ligou para a Globo em 2004 e no primeiro fim de semana que pude
viajei pra Londrina para conhecê-lo. Choramos num longo abraço, sentamos no
sofá um do lado do outro e conversamos durante oito horas. Pude perguntar,
entender muita coisa sobre ele, sobre nós. Chegamos a conversar outras vezes
por telefone e e-mails, poucos meses depois ele faleceu.
Deseja ter mais filhos?
Tenho muita vontade, mas não sei ainda o momento certo. Acho que é bom
para a criança poder dividir as coisas e para a mãe não ficar muito ali em cima
do filho. Ser filho único é um pouquinho delicado. Mas vou jogar um pouco mais
para a frente. Estou retomando agora o trabalho e o corpo ainda não voltou
totalmente no lugar.
Já voltou a seu peso normal?
Já eliminei os 20 quilos que ganhei! Na primeira semana já entrava em
uma calça jeans do meu guarda-roupa. Inacreditável! Eu estava muito inchada,
tinha muita barriga. A amamentação ajudou e também teve a questão do parto
normal, a recuperação é muito rápida.
Não fez nenhum tipo de dieta ou exercícios físicos?
Nada. Comia muito e de tudo. Cheguei a esconder chocolate embaixo da
cama para meu marido não ver (risos). Ele ficou com medo de eu não voltar ao
normal. Com 20 dias minha médica me liberou para voltar ao balé devagar. Mas o
que pode ter ajudado também foi o fato de eu ser muito presente na vida do
Pedro. Era eu quem o pegava no colo, dava banho, limpava cocô... Dormia três
horas por dia. A minha babá só chegou em nossa casa no segundo mês dele.
E você, não teve receio de não voltar ao corpo normal?
Nem um pouco! Tanto que eu me jogava na comida. Na minha cabeça a genética ia
me ajudar. Voltei a meu guarda-roupa. Óbvio que ainda estou me reencontrando
como mulher. Voltei ao manequim 38, mas até hoje eu não entrei em uma minissaia
que eu adorava, por exemplo. Meu corpo se transformou. Estou mais cadeiruda!
Sou vaidosa, mas muito pouco perto do que eu vejo das minhas amigas e da galera
que já trabalhou com moda. Dá até um pouco de aflição. Não quero dizer que sou
desleixada, mas quase isso. Hoje, por exemplo, tenho uma barriguinha que não
tinha, mas não me incomoda.
Estas mudanças de alguma maneira inibiram sua libido?
Sim, principalmente por causa de hormônios. Durante a amamentação você é
vista como alimento, é um peito. É complicado para toda mulher. Tanto eu quanto
o Mauro éramos outras pessoas naquele momento. Mas tudo depois volta ao
normal.
O que faz para manter acesa a paixão do casamento?
Eu e o Mauro saímos para namorar toda sexta e sábado! Parece bobagem, mas a
gente sai para jantar e dorme fora e chega só de manhã. As coisas se
transformam, mas isso não queremos abrir mão, porque é nossa Disneylândia
(gargalha). E quando chega às 6h do sábado, a gente se despede com gostinho de
quero mais. O casal não pode se afastar com o nascimento de um filho. O Pedro é
um amor maior que tudo, mas ele vai estar ali comigo para o resto da minha
vida. E o pai, é uma conquista diária.
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