Dalton Vigh: "Eu me vejo como bem-humorado, mas já me disseram que tenho uma cara que às vezes assusta"

Apesar da aparência séria, o ator Dalton Vigh,  52 anos, garante ter um lado cômico que poucos conhecem. “Eu me vejo como bem-humorado a maior parte do tempo, mas já me disseram que tenho uma cara meio sisuda e que, às vezes, assusta...”, avalia. Esta versão divertida poderá ser vista ao lado de Monica Iozzi, 35, e Murilo Rosa, 46, no filme Comédia Divina, com estreia prevista para o ano que vem. Na história, o ator será Mateus, um apresentador de telejornal que se acha o William Bonner, 52. Sobre a experiência de fazer humor, o ator avalia a oportunidade como grande desafio. “Fazer rir é sempre mais difícil, tanto no teatro quanto em cinema ou TV, porque a comédia, para funcionar, depende de timing. Cada piada tem o próprio tempo para poder fazer efeito, se é rápida demais o público pode não entender, e se estender muito, pode perder a graça”, explica Dalton. 

Além do cinema, em março ele volta aos palcos de São Paulo como protagonista do espetáculo Fera na Selva. “É um drama sobre a vida de duas pessoas maduras que vão passar a limpo essa história. Meu personagem é um cara marcado pelo tempo, meio durão e amargurado”, adianta ele, que atualmente se aventura como diretor. “Estou trabalhando em dois roteiros de cinema: um longa-metragem e um curta, que pode evoluir para um seriado, mas neste momento só penso em dirigir o curta, o longa talvez seja melhor entregar para quem entende do assunto”, avalia. 

Com 22 anos de carreira e um currículo recheado de sucessos, Dalton não imaginou que chegaria tão longe. “No começo, a minha intenção era, inclusive, focar em teatro e cinema, e normalmente esses veículos ainda não têm a mesma visibilidade que a TV. Ainda tenho vontade de fazer muitas coisas no teatro e no cinema, mas hoje olho com outros olhos a televisão, ainda mais depois de tantos trabalhos que foram divisores de águas na minha carreira como foi o caso de Liberdade, Liberdade (Globo)”, reflete. Entre os personagens que sonha em fazer, destaca Shakespeare. “Tenho pensado bastante em Ricardo III e Macbeth, gostaria muito de fazê­-los no teatro”, sonha 

O passar do tempo não é problema para o ator. “Aceitando como inevitável”, vê como dádiva a maturidade. “Não tem nenhum ponto negativo, atingi-la significa chegar a um ápice, como a fruta que só está pronta para consumo quando fica madura. Significa entender melhor a vida e aceitar aquilo que não pode ser mudado, ser mais altruísta, estar mais sereno e em paz com você mesmo”, reflete. E, quando o assunto são os filhos, os gêmeos David e Arthur, que completam 4 meses quarta-feira (16), fruto de seu casamento com a atriz Camila Czerkes, 33, ele cita, emocionado, a transformação vivida ao ser pai. “O que mais mudou foi a forma de enxergar a vida e o mundo, os filhos representam uma esperança de mudança para um futuro melhor”, diz.