O ator conquistou o público como o controverso Douglas. Flertando cada vez mais com a telinha, o ator e diretor analisa a trajetória e a passagem do tempo em sua vida
Por Ligia Andrade / Fotos Estevam Avellar/TV Globo Publicado em 08/10/2016, às 20h36 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45
Cada aparição do ator e diretor Enrique Diaz, 49 anos, na TV é um deleite para o público que, recentemente, conferiu o talento dele na pele do policial Douglas em Justiça (Globo). “Seria louco se não aceitasse. Douglas tem lá as suas dores, contradições, mas também tem sua inocência, desejo de fazer o certo”, acredita. Egresso do teatro, o peruano radicado no Brasil é casado há 17 anos com a atriz Mariana Lima, 44, com quem tem as filhas, Elena, 11, e Antonia, 8. “Ela é o meu bilhete sorteado! Amo demais essa mulher”, exalta Diaz ao falar de sua parceria de vida. Agora, ele está em Minas Gerais encarando seu novo projeto no cinema. Afinal, não para. televisão “Não vejo a TV como meta. É uma possibilidade de se fazer trabalhos bacanas e estabelecer boas parcerias. Gosto de transitar entre formatos, veículos e modos de produção, de aprender e de perceber as diferenças (ele foi diretor em A Regra do Jogo e Joia Rara, na Globo). Adoro fazer teatro, amo cinema e gosto muito de TV, especialmente os projetos que dão mais tempo para uma depuração do trabalho.”
Parceria “Tenho profunda admiração e afeto por Leandra Leal (intérprete de Kellen) e Adriana Esteves (Fátima). Já havíamos trabalhado juntos. Leandra é uma atriz incrível, além de inteligente, empreendedora e bacaníssima. Adriana é um sonho, conseguimos uma escuta muito fina, e isso graças a muita generosidade e parceria da parte dela. Sou grato. Também contracenei com a sensacional Clarissa Pinheiro (Irene), excelente atriz pernambucana radicada no Rio, foi uma delícia também.”
Trajetória “De forma geral, tenho muito orgulho das minhas escolhas, de ter sido diretor artístico de uma companhia de teatro incrível, a Companhia dos Atores, por 24 anos, de colaborar em tantos projetos legais. Se faço algo que parece uma bobagem, tento fazer melhor depois e constato que só fui capaz de fazer daquele jeito. É isso aí. Está tudo bem.”
Início “Ser ator não foi sempre um sonho. Fui fazendo, gostando e ganhando importância na minha vida. Comecei em algumas aulas que meu irmão Chico (ator, 57) dava e acabei fazendo uma peça de fim de ano. Ele foi uma referência. Tinha uns 14 anos, acho. Em seguida fiz peças infantis, mais aulas e logo já estava fundando a Companhia. Aí começou essa esquizofrenia de atuar e dirigir, de às vezes achar que era mais diretor do que ator, outras vezes querer dirigir menos e atuar mais, como agora.”
Parceria “Mariana é meu bilhete sorteado! Amo demais essa mulher, admiro, a acho linda, gostosa, talentosa, inteligente, honesta, charmosa, mãe linda, carinhosa. Ela é demais! Nós nos amamos apaixonadamente. Tem uma honestidade radical que nos ajuda a ter um olhar franco, bonito para a vida, tentando não punir o outro se alguma coisa não for eventualmente o que se esperava. Aprendo muito mais com ela, sem a Mariana seria um trapo jogado em um canto. Pronto, falei.”
Família “Temos uma vida muito amorosa, afetiva, declarada, é ‘eu te amo pra lá e pra cá’, é uma delícia... Fazemos muitas coisas juntos, mas acho que o que nos une loucamente é o dia a dia da casa mesmo: fazer dever de casa das meninas, brincar, organizar a vida, ler livro na hora de dormir etc. É lindo ver o crescimento delas, a nossa mudança por tê-las nas nossas vidas, tentando ajudá-las nos caminhos...”
Semelhanças “Ah, filho é sempre uma mistura... Elena tem uma energia que lembra a minha, pilhadona, piadista. Mas a Antonia também tem a ver comigo, talvez de outra forma, mais fantasiosa, engraçada. As artes estão bem presentes em casa, já virou um caldo de cultura, não são mais habilidades ou profissões. Preferimos ver o ‘chamado’ artístico como uma ferramenta, um modo de viver.”
Paradoxo “É bonito fazer 50 anos, surpreendente. Tenho ficado impressionado com a passagem do tempo e com as mudanças de ponto de vista. Estou entrando em um momento legal, a ideia de crise vai sendo assimilada e não tanto em períodos específicos. A vida vai ficando mais interessante, ainda que ousada, arriscada e, por mais paradoxal, calma também.”
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