O ator estreia em São Paulo o espetáculo Chaplin, O Musical
Por Tainá Goulart Publicado em 22/05/2018, às 12h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46
Foram tantas as entrevistas para apurar a nossa capa de CONTIGO! da edição de abril, A Broadway Brasileira, que resolvemos disponibilizá-las na íntegra para os amantes do universo dos musicais! O primeiro a ser a nossa estrela do Especial Broadway é o ator, cantor, diretor, roteirista, sapateador, bailarino... Jarbas Homem de Mello, que saiu do interior do Rio Grande do Sul, ganhou os palcos de São Paulo e hoje é protagonista de vários musicais importantes! Ao lado da mulher, a atriz Claudia Raia, o ator também tem se jogado para os batidores, produzindo e dirigindo várias produções. "O Don Lockwood foi muito marcante, não só pelo personagem, mas, também, por causa do espetáculo que a gente apresentou. Com certeza, Cantando na chuva é um marco na produção de teatro musical do Brasil, pela qualidade e grandiosidade do projeto. Agora, Chaplin também é um personagem que me marcou muito", diz ele, que está em cartaz com Chaplin - O Musical, no Teatro Net, em São Paulo. Confira a nossa entrevista!
CONTIGO! - Como se deu sua entrada no Teatro Musical?
Jarbas - Eu cheguei em São Paulo em 1994 e fiz muito tempo de teatro infantil. Quando apareceu o primeiro espetáculo, que foi o Rent, eu fiz o teste, em 1999. E, de alguma maneira, eu estava pronto para o gênero musical, porque desde sempre eu dancei, tive banda, cantava e interpretava na minha cidade, lá no Sul. Quando eu cheguei aqui na capital paulista, tinha uma sede muito grande de fazer cursos. Eu era até motivo de gozação dos amigos, porque eles falavam "nossa, para que tanta coisa?". Pois eu saía da aula de canto e ía para a aula de sapateado, de teatro... Tudo que era oficina, eu fazia. Então, era meio que sorte mesmo. Quando apareceu, eu tinha os requisitos, sabe (risos). Foi isso!
CONTIGO! - Dentre seus inúmeros trabalhos, você fez duas montagens muito icónicas para a história do Teatro Brasileiro.. Les Misérables (2001) e O Fantasma da Ópera (2005). Você chegou a assistir à nova montagem de Les Mis? O que sentiu, o que passou pela sua cabeça?
Jarbas - Eu assisti a essa nova montagem primeiro em Nova York. Eu até cheguei a fazer o teste para fazer o personagem principal, o Jean Valjean. Fui o único brasileiro a chegar até o final dos testes. Mas, no fim, Cameron Mackintosh, o inglês que produz o espetáculo, trouxe o mesmo ator que fez na Espanha ( o Daniel Diges) e eu acabei não fazendo o personagem. Mas, eu sou muito apegado à primeira montagem. Eu acho que ela era muito mais rica, mais teatral. Eles mudaram bastante coisa na direção, no cenário e na encenação mesmo. Eles aproximaram do filme (com Anne Hathaway, Hugh Jackman, em 2012). Então, eu gosto mais da montagem de 2001 do que dessa atual. Mas é muito legal ver um espetáculo que você fez 16 anos depois novamente. É muito interessante ver como as coisas mudaram também. E ver outras pessoas fazendo aquele personagem que você fez é muito enriquecedor e muito interessante.
CONTIGO! - Qual personagem da sua carreira foi o mais marcante?
Jarbas - Eu tenho tido a sorte de fazer vários personagens muito icônicos. Protagonistas muito marcantes como o MC, de Cabaret, o Bobby Child, de Crazy for you, Don Lockwood, de Cantando na chuva, Chaplin, de Chaplin, o Musical, que está de volta ao teatro no dia 17 de maio, no Theatro Net SP. O Don Lockwood foi muito marcante: não só pelo personagem, mas, também, por causa do espetáculo que a gente apresentou. Com certeza, "Cantando na chuva" é um marco na produção de teatro musical do Brasil, pela qualidade e grandiosidade do projeto. Agora, Chaplin também é um personagem que me marcou muito. Com certeza, um dos personagens da minha vida é o Chaplin.
CONTIGO! - De que maneira você vê o avanço nas produções brasileiras?
Jarbas - O que eu posso dizer é que nós formamos uma indústria de Teatro Musical no Brasil. Hoje, a gente tem de 10 a 15 espetáculos musicais de grande porte sendo encenados entre São Paulo e Rio de Janeiro. Cada montagem de médio porte de musical emprega entre 20 e 25 atores, mais 10 músicos, mais técnicos, equipe de camarim.... Então, acho que o teatro musical impulsionou a carreira artística no Brasil. Mais até do que o teatro de prosa, porque movimento mais dinheiro. Primeiro porque é um espetáculo mais caro para ser feito, o ingresso custa mais caro. É um espetáculo que emprega mais gente, então, gera muito mais renda. Isso sem contar os empregos indiretos, da confecção de cenário, figurino... Acho que temos uma indústria musical forte no Brasil.
CONTIGO! - Como se renovar a cada nova atração?
Jarbas - Acho que essa é a graça da profissão que eu escolhi, de ser ator: se renovar e ser uma nova pessoa a cada temporada, de brincar de ser outra pessoa. Eu assisto a muita coisa, no Brasil e fora do Brasil. Sempre que eu tenho a oportunidade, eu estou dentro de um teatro. E tudo, na verdade, te inspira. Não só ver outros espetáculos, mas ver séries, ler, ir aos museus. Agora que estou começando a dirigir mais, é muito importante também entender de artes plásticas, de moda, de figurino, da evolução da moda no mundo. Tudo sempre faz parte do texto e da história que vai ser contada. Então, o texto já vai te indicar que época você tem que pesquisar, que maneirismos, você tem que pesquisar que tipo de voz, aproximar que tipo de timbre, que tipo de gestual, que tipo de interpretação também. É um barato sempre! Eu adoro esse processo de ensaio, de descoberta do novo personagem. A verdade é que tudo que está a sua volta te inspira. Você tem que estar aberto para receber essas informações do universo.
CONTIGO! - Por que, na sua opinião, existem muitos textos de fora e poucas produções genuinamente brasileiras?
Jarbas - Esse é um assunto recorrente em entrevistas, mas acho que tem espaço para tudo. Eu acho que a gente está começando a re-experimentar uma dramaturgia, a redescobrir uma dramaturgia brasileira. Porque nós tivemos teatro musical durante muito tempo. Depois, a gente foi beber lá na fonte dos americanos e dos ingleses, que continuaram a desenvolver essa linguagem. E, a partir do final dos anos 1980 e início dos anos 1990, nós começamos a reaprender essa linguagem, desde que a Claudia (Raia, sua mulher) começou com os espetáculos dela. Estamos reaprendendo uma dramaturgia. A gente tem feito muitas tentativas. O que acho que nos falta são autores e compositores que escrevam para musical, porque é diferente. Temos pouquíssimos roteiristas para musicais.
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