Com uma estética linda,a cantora lança o DVD do seu quarto álbum solo, gravado no Instituto Inhotim, em Minas Gerais
Colagens, fotografias, texturas, miniaturas, estampas, origamis…. ufa! São muitos elementos para descrever os detalhes do álbum Na Medida do Impossível, de 2014. Na capa, Fernanda Takai, 45 anos, se apresenta como uma gueixa contemporânea, enfrentando o frio, o vento e um enorme urso. Sim, um urso (de mentirinha, claro!), que também a perseguiu nas gravações do DVD homônimo, realizadas no icônico Instituto Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais. Porém, a mocinha em perigo, toda vestida de branco, se transformou em uma heroína, cuja armadura é o oposto, feito na cor preta. “Foram dois anos de turnê desse último trabalho solo e eu evoluí muito nesse tempo todo. Quis trazer esse conceito de heroína também para o DVD, pois tem a ver com as forças extraordinárias que nos habitam e muitas vezes não prestamos atenção nelas. A gente é capaz de tanta coisa e, por falta de oportunidade ou estímulo, nos limitamos a determinados papéis. Claro que a minha caminhada profissional e pessoal me ajudou a perceber isso com mais clareza”, disse a vocalista do Pato Fu, fã assumida de Inhotim, um dos mais relevantes acervos de arte contemporânea do mundo.
A cantora gravou o clipe da música Partida para servir de abertura do DVD
Tudo bem diferente do normal
E foi com esse visual que ela filmou o videoclipe de Partida, a música que abre o trabalho, que estreou na segunda-feira (17). “Eu queria fazer algo no Inhotim há bastante tempo, pois sou frequentadora dali. Fui pela primeira vez dois anos após a criação. Estive lá por um dia e saí de boca aberta, como a maioria das pessoas. É um lugar que encanta, ensina, instiga, nos traz sentimentos incríveis relacionados à arte, arquitetura e natureza. Mostramos o projeto e eles adoraram. E, como já estava fazendo algo novo, resolvi mudar outras coisas, como o começo do DVD e gravei o clipe de Partida. É um sonho introduzindo o início do espetáculo, que seria à noite e, assim, no fim dele, eu já apareço no palco.”
Um retrato de família, com o marido, John Ulhoa, e a filha, Nina, durante as férias da família
Criança precisa ter horários!
As filmagens aconteceram em setembro de 2016 e Fernanda contou com a presença do marido, o também músico John Ulhoa, 51, e parceiro da banda Pato Fu, e da filha, Nina, 13. “Ela quase não viaja com a gente, foram raras as vezes em que isso aconteceu. Crianças precisam de horários estáveis, o que é muito difícil nas viagens a trabalho. Só foi a Inhotim, é um lugar conhecido do universo dela, é fã como eu”, revela. Para dar conta de tudo, a cantora garante não precisar dormir muito para descansar. “Cinco ou seis horas já me fazem bem. Quando estou em Belo Horizonte, faço questão de levar Nina à escola. Se viajo a trabalho, minha mãe orienta tudo por aqui. E eu fico na estrada de plantão para traslados, entrevistas, passagem de som, show, encontro com fãs... É corrido, mas é possível”, garante. Aliás, mesmo com a rotina intensa de sua carreira solo, Fernanda afirma que não parou com a banda que a deixou nacionalmente famosa. “O Pato Fu e seus integrantes estão sempre envolvidos em muitas atividades. Somos uma banda que vai completar 25 anos em setembro e temos uma manutenção de carreira consistente e menos afobada do que o início, quando precisávamos lançar discos com intervalo máximo de dois anos.”
Fernanda é frequentadora assídua do museu. Lá, ela pôde explorar a flora e as instalações modernas para gravar
as 18 músicas que cantou