Após cinco anos sem fazer uma novela inteira, ele enfrenta duras críticas por sua atuação em A Força do Querer, mas diz não se importar: "Contra fatos, não há argumentos, a novela está bombando!"
Quando está inspirado, Fiuk, 26 anos, fica com a cabeça voando longe. “Às vezes, é difícil estar presente”, confidencia o cantor e ator, intérprete de Ruy, em A Força do Querer (Globo). Depois de um período sabático, em que desacelerou para reavaliar seus rumos profissionais, o filho de Fábio Jr., 63, voltou em horário nobre como um dos protagonistas da trama das 9. “Minha última novela foi Aquele Beijo (Globo, 2011). Antes, fiz um filme, participações e uma série. Não queria confessar para mim que estava morrendo de saudade.”
No bate-papo, Fiuk abre o coração e diz que não chegou a ter depressão, mas que experimentou momentos difíceis em que não saía do quarto.
“Fui ao fundo do poço, mas usei a mola”, explica ele, que tampouco se deixa abater pelas críticas por sua atuação.
“Já fui muito autocrítico, sofri por isso. No final das contas, nunca vamos agradar todo mundo.” O ator posou no Hotel Grand Mercure, na Zona Oeste do Rio de Janeiro
Como está encarando este desafio?
Tento não criar expectativa de qualquer coisa em minha vida. O resultado só vem quando não se está focado nele. Só penso no meu trabalho, no que amo fazer, estudar... Fiquei surpreso ao ver que isso faz sentindo.
Como foi o período sabático? Estava com saudade de atuar?
Vou e fui atrás das minhas questões. Fiquei um tempo sem cantar, atuar, me peguei para me descobrir como ser humano. Estava com mais saudade de atuar do que achei que estivesse. Não queria confessar isso nem para mim.
O que te motivou a dar esse tempo?
Parei porque a vida toda é cobrança por todos os lados. Pela primeira vez, me entreguei, respeitei os meus sentimentos, o que queria fazer. A vida é uma só, não queria me tornar um produto sem fundamento. Optei por este caminho, não foi questão de estar certo ou errado.
Foi difícil?
Passei por algumas coisas, trabalhei com pessoas estranhas, foi uma grande onda que passou: desde empresário, namorada, tudo... Não poderia esperar eu ter um pouco mais de maturidade? (risos)
. A vida me cobrou muito, desde cedo. Tirei o pé e voltei a tocar guitarra como na infância, compor do jeito que gostava... Fui ao fundo do poço e usei a mola.Fiuk está em dois longas
e planeja lançar CD independente
Chegou a ter depressão?
Não foi depressão. Já tenho uma sensibilidade aguçada – músico em geral tem! –, você sente o que não quer sentir e tudo fica um pouco mais dramático, pesado, sofre mais do que o normal. Passei uns dias sem sair do quarto, todo mundo passa por isso. O sofrimento é outra coisa que aprendi a respeitar. Pego o violão, componho... Comecei a amadurecer, não sei se é a palavra, consegui voltar.
O que te ajudou nesse momento?
Li bastante coisa, fiz amigos... Medito, às vezes, gosto de ler livros inspiradores, como O Poder do Agora. É se descobrir, se testar, pegar referências, me encontrei lendo.
A novela é um sucesso como há muito tempo não se via...
Acho difícil o brasileiro parar de assistir a novelas, que é o reflexo do nosso povo. Não consigo parar, sou noveleiro desde criança, por isso gosto de atuar.
Gosta de acompanhar a repercussão?
Foco em fazer direito, em entregar sempre uma cena bacana. Não gosto de acompanhar muito senão desmistifica, prefiro ver o circo pegar fogo. Cheguei ao meu apartamento outro dia e tinha um bilhete debaixo da porta: ‘Fiuk, o filho não é seu, é do Zeca’. É louco...Tanquinho: para manter
a forma, o ator segue uma sequência de alongamento, flexão e abdominal
Como lida com as críticas?
Já fui muito autocrítico, sofri por isso. No final das contas, nunca vamos agradar a todo mundo. A crítica é boa para te ajudar a chegar onde se quer, agora ficar se alimentando dela faz perder a sua essência. Me baseio na verdade. Contra fatos, não há argumentos: a novela está bombando!
Já foi enfeitiçado por alguma sereia?
Ah, claro, fui enfeitiçado algumas vezes, por algumas sereias... Meu Deus do Céu, o feitiço da sereia é um problema. Para sair da rede...
Ritinha terá final feliz com o Ruy?
Eu e Isis achamos uma sintonia, uma coisa quase lúdica. Tem de ser leve. Ruy é uma consequência daquela família. A história dele é mística, busco por aí, acho que não só se apaixonou como está encantado, por isso não consegue fazer mais nada da vida. Ritinha é uma sereia, acho difícil ela acabar com alguém. Sereia é do mar...
Você parece ser um cara romântico...
Sou romântico até demais, até peço para Deus me deixar um pouco menos (risos). Sou manteiga derretida, já fiz loucuras...
Consegue separar o Fiuk do Filipe (seu nome real)?
Faço uma brincadeira: Filipe é o filho da minha mãe e do meu pai; Fiuk sou eu. Meus pais ficam muito felizes com as minhas vitórias. Meu pai assiste à novela, a admiração é mútua – passa pelo brother, que pactua as coisas, divide... É um pai um pouco babão, sou também. Morro de vontade de fazer turnê com ele.Fiuk padroniza suas roupas para não demorar muito na hora de escolher
Quando percebeu que eram parecidos?
Vi quando comecei a atender o telefone e minha irmã achava que era meu pai. Estava também coçando a cabeça, ainda coço, escondido. É sério!
É bonito ver, depois de alguns altos e baixos, vocês unidos...
Ninguém é perfeito, é bom dividirmos as nossas questões, compartilhar. Muita gente dizia que ele tinha sido ausente, isso não é nem problema perto de gente que tem problema, é só uma questão. Não larguei o osso, quero uma família. Se cada um fosse para o seu lado, está tudo certo também, faria a minha família lá na frente.
Então tem vontade de ser pai?
Já tenho isso desde criança, sou família, vira e mexe dá um negócio, mas paro, é um projeto. Só falta achar a mãe.
Está solteiro?
“Não estou em um relacionamento oficial com ninguém. Não gostaria que me namorassem. Assim como a vida é feita de fases, tem amor que vem para ficar a vida toda, para ficar um tempo, quero achar alguém que possa confiar a vida inteira. O resto vai acontecendo, a admiração, o carinho, é consequência. Sem confiança, não tem como existir o resto. Para poder ficar tranquilo, sentir tesão, sem se preocupar assim que a pessoa sai de casa.