Protagonista de Escrava Mãe, da Record, a atriz luta por um mundo sem desigualdade social e relembra saia-justa em loja
Sempre com seu largo sorriso, a atriz Gabriela Moreyra, 29 anos, muda totalmente a expressão ao relembrar as cenas de violência da novela Escrava Mãe (Record). “É uma história atemporal. Infelizmente, ainda existe muito preconceito e violência contra a mulher. Foram as cenas mais difíceis de serem feitas e pensar que isso realmente aconteceu, que os negros eram tratados como produtos, não como pessoas...”, justifica Gabriela, intérprete da protagonista, mãe de escrava Isaura. A atriz carioca faz questão de lutar por um mundo sem desigualdade social. “Esse é o meu desejo.” E lembra bem o dia em que estava em uma loja e perguntou à vendedora se havia uma blusa de seu tamanho. “Ela me disse o valor da peça. Abomino qualquer tipo de preconceito. Falta amor ao próximo...”, opina.
Com a novela gravada antes de ir ao ar, Gabriela torcia por críticas positivas, no entanto, a boa repercussão superou as expectativas. “Fizemos um produto de qualidade. Foi diferente, nunca tinha trabalhado assim. Senti receio, pois não tínhamos a resposta do público.” Depois de sete meses de gravação no interior de São Paulo, despedir-se de Juliana foi difícil. “Ficamos longe de casa, da família, dos amigos, do namorado... Tínhamos momentos de estresse, mas passavam, pois sabíamos que era por um bem maior”, afirma.
Gabriela Moreyra é amante da natureza, adora
o contato com o mar, mas nem tente fazê-la sair de casa no frio... É um desafio! OS TEMPOS DE MODELO
Crítica em relação ao próprio trabalho, Gabriela logo relaxa quando pensa que poderia ter feito uma cena diferente. “Às vezes, penso: ‘Calma, Gabi. O que está feito, está feito!’” Entre as amizades feitas nos bastidores está a do ator português Pedro Carvalho, 31, intérprete de Miguel, um jovem apaixonado por Juliana. “Ele foi um parceiro. Descobrimos, como dois leoninos, que somos parecidos. Essa amizade é para sempre!”, torce. No começo, ela teve dificuldade para entender o sotaque do rapaz. “Mas ele fez aulas de fonoaudiologia e se saiu muito bem. Hoje, considera-se um carioca ‘da gema’, como mesmo diz. Um perfeito brasileiro trazido de Portugal!”
A trajetória de Gabriela começou na moda, trabalhando como modelo dos 14 aos 17 anos. “Qual modelo não passou perrrengue? Já fiquei torrada de sol na praia, passei frio na madrugada. No dia seguinte, não conseguia levantar de tanta dor no corpo... E a campanha nem foi ao ar!”, recorda, sem ligar para a inveja alheia. Completando 10 anos de carreira e louca para estrear no cinema, a atriz sempre gostou das câmeras. E esse amor só aumentou. “A profissão me escolheu e me apaixonei.”
A atriz esteve recentemente em Portugal e se encantou. “Fiquei apaixonada pelas comidas e pela educação dos portugueses”
MEU FEIJÃO É O MELHOR
Namorando há mais de três anos o cantor Leandro Léo, 29, Gabriela exalta a parceria que construiu ao lado do amado. “Ele estudou comigo para o teste da novela, me apoia em tudo e também me critica quando acredita que posso fazer diferente”, explica. Entre os rituais da bela está fazer musculação aliada a exercícios aeróbicos cinco vezes na semana, acompanhada por seu personal trainer. “Se não apareço no horário, ele já me manda uma mensagem. Isso ajuda (risos). Também faço aula de dança, jazz e balé.”
Na verdade, uma boa massa tira Gabriela totalmente da dieta. Ela gosta de comer bem, não nega. “Lá em casa parecemos coelhos, amamos folha e vegetais e não dispensamos um bom feijão – o meu é o melhor! Faço dieta, mas acredito em equilíbrio. Sou uma pessoa muito mais consciente hoje”, conclui.
Gabi tem uma mania, no mínimo, estranha: pede para as pessoas a coçarem. Isso mesmo! “Inclusive em lugares que alcanço (risos)”