Paulo Verlings de Rock Story - Fotos: Cadu Pilotto

Paulo Verlings diz: "Queria muito passar pela paternidade"

Com uma trajetória consolidada, o ator, de Rock Story, planeja comemorar os 10 anos de sua companhia de teatro e elogia a mulher, a atriz Carolina Pismel, parceira dos palcos e da vida, com quem tem Tomé

Por Ligia Andrade / Fotos: Cadu Pilotto Publicado em 27/12/2016, às 19h17 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

Tomé, de 7 meses, desperta de um cochilo quando chega ao Centro Cultural Banco do Brasil. Tão logo abre os olhos, o menino, filho do ator Paulo Verlings e da atriz Carolina Pismel se encanta pelo colorido da exposição com obras do artista Piet Mondrian (1872-1944) e o Movimento de Stijl. Curioso, olha atento ao redor. “Ele foi desejado, já tínhamos escolhido até o nome. A paternidade está sendo uma delícia, queria muito passar por essa experiência. Tomé é gente boa, acompanha a gente. O tempo que temos, estamos em casa com ele”, conta o intérprete do traficante Romildo em Rock Story (Globo). “Desde o namoro falávamos em ter filho. A semana em que gravo muito, ele não grava tanto, e vice-versa. Está dando tudo certo”, vibra a atriz, que está na terceira temporada de Questão de Família (GNT) e fará a próxima novela das 6 da Globo, Novo Mundo. 
Juntos há 11 anos, Verlings e Carolina se conheceram em um festival de teatro e logo depois fundaram a Cia Teatro Independente ao lado de amigos. “Trabalhar em família é um barato. Temos processo criativo em ebulição. Crescemos profissionalmente e pessoalmente. Ela é a minha melhor parceira”, elogia o ator. “Claro que discutimos, porque penso diferente. Ele sonha, e eu sou mais pessimista. Quando começamos a trabalhar com Nanini (o ator Marco Nanini, em Beije a Minha Lápide), só depois de um mês de ensaios ele percebeu que éramos casados”, entrega a atriz, que divide com o marido as atenções com Tomé. “Paulo é um paizão, faz tudo. E cuidou de mim depois que o Tomé nasceu, me resgatando, me incentivando a voltar a trabalhar.”

“Tomé é gente boa, acompanha a gente”, conta o intérprete de Romildo em Rock Story

Produzindo, dirigindo, atuando...
Nascido em São João de Meriti, município da Baixada Fluminense, Verlings virou referência, mas está “proibido” de voltar ao local pela mãe de um amigo. Noveleira, não quer vê-lo de jeito nenhum! Culpa de Romildo... “Ela diz que sou bandido (risos). É estranho ver isso acontecendo nos dias de hoje”, diverte-se. O papel de um narcotraficante é barra­pesada mesmo, no entanto, é retratado de forma leve na trama das 7. “Eles são atrapalhados, divertidos, patéticos”, atenta o ator, com 14 anos de estrada. 
 
  A estreia de Verlings na telinha foi há quatro anos, em Suburbia (Globo). “Para mim está acontecendo degrau a degrau, de maneira natural, o que é bacana. Sempre tive vontade de experimentar TV, por ter sido a minha primeira referência artística – não tive acesso a muita coisa na infância”, recorda ele, que também fez Babilônia (Globo, 2015). “No último capítulo, Dennis (Carvalho, 70, diretor artístico) disse que faria a próxima novela dele.” Dito e feito.
E foi entre o processo para Rock Story e os cuidados com Tomé que Verlings estreou na direção da peça Alguém Acaba de Morrer Lá Fora. A apreensão do início foi dando lugar a um grande aprendizado. “É confuso, porque não está nada na sua mão, e assim muitas chaves viram”, reconhece o ator, que também já ministrou oficina de teatro para 40 adolescentes em São João de Meriti. “Você tem de ter a carreira na mão, e eu tenho a minha companhia, produzo... isso é importante.”A montagem e a desmontagem de cenários e os perrengues da época da escola de teatro ficaram para trás. “Um dia, estava em casa e não tinha 10 centavos. Um amigo me convidou para um projeto escolar, para ganhar 150 reais, arrumei o dinheiro da passagem e fui garantir a semana”, lembra ele, que já trabalhou como animador de festa também. “Sempre tive foco, nunca titubeei”, ressalta. Ele planeja para 2017 comemorar os 10 anos da Cia Teatro Independente, além de lançar o longa Festa da Firma, voltar aos palcos com Fatal e dirigir a mulher em Ela. “Tenho a obrigação de estar feliz, está tudo no lugar... e estou!” 
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