Em São Paulo, o roqueiro conversou sobre seu 14º álbum, a vida em família, e a fama
Por Tainá Goulart Publicado em 09/02/2017, às 18h14 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45
São 50 anos de atitude rock’n’roll. O cabelo branco de Supla, muitas
vezes arrepiado, se juntou às correntes, estampas chamativas e caretas mil. A
imagem é tão enraizada que até o próprio não se lembra de sua versão normal.
“Sou o Supla desde que nasci. Não me recordo de criar um estilo, pensar numa
calça ou colar pra alguma ocasião, tudo aconteceu naturalmente. Desde pequeno,
eu fui bombardeado de referências internacionais e nacionais. Aos 6 meses, fui
morar nos Estados Unidos, fui alfabetizado lá e fiquei indo e voltando do país.
Essas coisas formaram a minha pessoa de hoje, you know…”, finaliza ele,
em inglês, idioma sempre presente em suas frases.
Em seu
apartamento, no centro de São Paulo, os cômodos espaçosos recebem os diversos
itens adquiridos em tanto tempo de estrada. Pelas paredes, centenas de fotos de
shows e ídolos do rock, revistas de música internacionais, móveis e objetos
inusitados e um estúdio particular. “Depois que o Brothers of Brazil (banda
que formou com o irmão João Suplicy, 42) entrou em um hiato, mergulhei em
todas essas referências. No ano passado, eu completei 30 anos de carreira e
queria um presente digno, então, escrevi um livro de crônicas sobre a minha
vida e comecei a compor meu 14º álbum, o Diga O Que Você Pensa”, revela
ele, que é filho do vereador paulistano Eduardo Suplicy, 75, e da senadora
Marta Suplicy, 71.
INSPIRAÇÕES “Acredito que um artista precisa falar do que está ao redor dele, ele é quase um jornalista. E, hoje em dia, as histórias e inspirações estão aos montes nas ruas. Os temas foram surgindo rapidamente e fui compondo tudo no violão, com a minha parceira de letras, a Tatiana Prudêncio, e gravei aqui em casa. É um disco relevante, que fala de tanta coisa que penso, de estilos musicais. Fiz gravação que peguei referências no jazz e misturei com o punk, sem contar os sons dos anos 1980, lugar onde eu me criei com o Tokyo e as outras bandas que já tive. Uma mistura crazy, pode apostar!”
ROCK 'N' ROLL BEM FEITO “Não foi só o meu corpo que mudou com 50 anos, a atitude é outra. Do
começo até o meu último disco, amadureci muito e aprendi a cantar (risos)!
Guardo muito bem a voz, sem me ferrar quando fico gritando como um louco no
palco. Fui colocando em prática as coisas que aprendi na minha carreira. Não é
no ensaio ou na faculdade o lugar para aprender rock’n’roll. É colocando a cara
a tapa e até à cusparada, como aconteceu comigo na abertura do show do Ramones,
em 1996, que se aprende. Rock’n’roll bem feito é pra quem tem coragem de ser
ridículo em cima de um palco. Pra mim, isso é ser diferente, não quero ser mais
um qualquer na rua.”
DELETO, BLOQUEIO E TCHAU “Quem está no showbiz é obrigado a se preparar para as
críticas. Quando eu vejo que é algo maldoso ou
não acrescenta em nada... Respondo na altura. Se me mandou à merda na internet,
eu mando também. Gente maldosa, eu deleto, bloqueio e tchau. Já estou
acostumado, pois cresci com a galera xingando meus pais por serem políticos.”
CANTAR BOB DYLAN? NÃO! “Tem muita gente chata que diz que eu estou onde eu estou por ser filho de quem eu sou. São uns idiotas. Nunca contei com dinheiro dos meus pais, se me bancassem, estaria cantando Bob Dylan (cantor, 75) pelo resto da minha vida, já que meu pai adora ele (risos)! No começo, eles ficaram ressabiados e torceram o nariz. Entendo essa atitude, eu era muito novo, tinha largado a faculdade de economia para ter um futuro muito vago.”
CONVERSA NA EDUCAÇÃO “Eu pareço crazy, mas sou tranquilo, não curto violência. Levo a
educação que ganhei como base de tudo. Foi engraçado quando eu descolori meu
cabelo aos 17 anos e meu pai me perguntou se aquilo sairia da minha cabeça. Não
teve uma reação de punição, you know... Os dois escolheram a conversa
para ser a base da nossa educação. Meu pai só me bateu uma vez na vida, quando
eu fui malcriado com a minha mãe. Ele perguntou se eu achava que merecia umas
palmadas, e eu disse que sim. Só posso dizer que doeu bastante e nunca mais
isso aconteceu.”
DIVÓRCIO TENSO “Hoje, eu não tenho mais um
almoço de família em casa, pois minha mãe e meu pai têm seus respectivos marido
e namorada. Foi tenso quando os dois se separaram, fiquei muito chateado com
essa notícia, como qualquer filho ficaria, mas era preciso entender. Não queria
que eles ficassem sofrendo por uma coisa que não estava mais dando
certo.”
MACHISTA “Minha mãe sofreu bastante na época do
divórcio, pois estava na prefeitura, e lidava direto com o machismo das
pessoas. Ela me ensinou muito sobre mulheres fortes, que lutam pelos direitos
iguais, e eu levo isso pra minha vida. Mas, em alguns casos, eu ainda me
considero machista. Preciso aprender muita coisa sobre esse assunto e fico
feliz de ter essa noção. Existe muito babaca por aí, que nem isso tem.”
ASSUNTO VAGO “Até hoje eu não casei e estou com 50 anos, que coisa…. E eu ligo pra
isso? Não. Prefiro dar atenção pra minha arte, contribuir com ela para a
sociedade. Eu não acho importante o casamento, não quero saber disso. Ter
filhos é um assunto bem vago na minha vida.”
REI DO FLERTE “A gente paquera sempre, é necessário para
que todas as outras áreas da vida caminhem bem (risos)! Vivo recebendo
mensagens de fãs e nudes é o que mais chega no meu celular. Esse não é o
meu lance, curto o lado antigo do negócio. Flertar é comigo mesmo, treino
bastante. Sexo é bom e gosto de fazer os dois, o romântico e o animal, tipo
filme pornô. É preciso ter um equilíbrio em tudo.”
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