O que é ELA? Ex-ídolo do Bahia viveu com doença rara por 14 anos antes de morrer

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), apesar de ser uma condição rara, afetando cerca de um indivíduo em cada 50.000 anualmente, representa um desafio significativo tanto para os pacientes quanto para o sistema de saúde.

Caracterizada pela degeneração progressiva das células nervosas cerebrais encarregadas do controle dos movimentos voluntários, a ELA conduz a uma paralisia gradual, impactando severamente a capacidade do indivíduo de falar, mover-se, engolir e até respirar de forma independente.

Vale lembrar que, embora tratamentos existentes possam desacelerar a progressão da doença e melhorar consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes, até o momento a cura ainda não foi descoberta. 

ELA E SUAS VARIANTES

A ELA é marcada pela deterioração das células nervosas responsáveis pelo controle muscular, resultando em uma desconexão entre cérebro, medula espinhal e músculos. Isso leva a dificuldades em realizar atividades básicas como caminhar, falar e mastigar. A natureza progressiva da doença significa que os sintomas se intensificam ao longo do tempo, eventualmente afetando funções vitais e exigindo suporte de ventilação mecânica.

Existem dois principais tipos de ELA, diferenciados principalmente pelo início dos sintomas, que geralmente se manifestam entre os 55 e 75 anos. A doença não discrimina por gênero, embora seja ligeiramente mais comum em homens.

CAUSAS, RISCOS E SINAIS VITAIS

Enquanto aproximadamente 10% dos casos de ELA têm origem genética, a maior parte das causas permanece um mistério. Contudo, certos fatores de risco foram identificados. Os sinais iniciais da doença podem ser sutis e facilmente ignorados. Estes incluem fraqueza muscular e atrofia que avançam gradualmente pelo corpo, afetando gravemente a respiração. Importante ressaltar que a ELA não compromete as funções cognitivas como raciocínio e memória.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

O diagnóstico da ELA é complexo, baseando-se na análise dos sintomas do paciente e em exames clínicos detalhados. Exames complementares, incluindo biópsias musculares, são fundamentais para eliminar outras possíveis condições com sintomatologia similar.

Embora a cura ainda seja inalcançável, medicamentos específicos podem retardar o avanço da doença. Terapias de suporte físico e psicológico desempenham papel crucial no manejo da condição, envolvendo uma equipe multidisciplinar dedicada a otimizar a funcionalidade muscular e geral do paciente.

PREVENÇÃO 

Atualmente, não existem estratégias eficazes para prevenir a ELA. No entanto, para aqueles com histórico familiar da doença, testes genéticos podem fornecer diagnósticos precoces, permitindo um início mais rápido do tratamento. Pesquisas contínuas, incluindo estudos sobre células-tronco e neurônios motores, visam desvendar as causas subjacentes à ELA e desenvolver novas terapias.

EX-ÍDOLO DO BAHIA FOI DIAGNOSTICADO COM ELA

Faleceu nesta segunda-feira (29), Maílson Souza Duarte, ex-lateral direito que marcou época no Esporte Clube Bahia. Aos 56 anos, ele enfrentava Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) desde 2010.

Conhecido por seu talento em campo, Maílson se destacou no Bahia durante os anos de 1988 a 1995. Sua contribuição foi crucial para a conquista do título brasileiro em 1988, tornando-se o mais jovem jogador a alcançar tal feito pelo clube. Sua habilidade em efetuar cruzamentos precisos lhe rendeu o status de ídolo entre os torcedores.

Apesar dos desafios impostos pela ELA, Maílson manteve-se ligado ao time do coração. Demonstrando força e resiliência, ele fez questão de acompanhar os jogos do Bahia diretamente da Arena Fonte Nova, apoiado por uma estrutura especial que permitia sua presença mesmo com as limitações físicas. Durante seu período de adversidade, o Esporte Clube Bahia estendeu uma mão amiga por meio do programa "Dignidade ao Ídolo", uma iniciativa do então presidente Guilherme Bellintani.