Quem é Júnior, filho de Maguila que luta contra o preconceito nas redes sociais

Há cerca de seis dias, Júnior Ahzura, filho caçula de José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, falecido na última quinta-feira, 24, após enfrentar a demência pugilística durante vários anos, homenageou o pai em uma publicação nas redes sociais. Na homenagem, Júnior se disse orgulhoso por ter um pai que sempre o aceitou e respeitou, isso porque Maguila falou abertamente em 1992, que não considerava a homossexualidade uma doença.

"Para mim, esse negócio de homossexualismo [termo utilizado à época da entrevista e que hoje é considerado pejorativo por remeter a doença] é para quem sabe ler, quem inventou esse nome científico. Eu não tenho estudo. Então, para mim, o 'viado', no caso, não é uma doença. Ele já nasceu com esse dom de ser 'viado' e transar com homem. Então, eu não acho que é uma doença.  A pessoa já nasceu com dom.", disse o boxeador, em sua participação no Programa 25ª Hora, da Record.

SAIBA QUEM É JÚNIOR AHZAKU

O filho caçula de Maguila é um artista visual de 32 anos, que compartilha seus trabalhos nas redes sociais. Ahzura expõe a realidade de uma pessoa negra, gorda, homossexual e lura por um mundo sem preconceitos. 

Dono do podcast Gordosfera, o artista visual chegou a relatar situações que já viveu: "Eu estava no prézinho e começaram a me chamar de baleia (...) Sempre fui um gordinho viado, era nerd também, ainda sou. Mas fui uma criança viada. Eu era muito gay e desde pequeno. E me zoavam muito porque eu era gordo, e depois porque eu era uma bichinha e minha voz não tinha engrossado como a dos outros meninos (...) Uma vez, um colega veio me questionar se eu era bolsista. Eu disse que não e quis saber o porquê da pergunta. Ele disse que, como meus amigos eram da periferia, e eram bolsistas que eu também poderia ser. Mas insisti na pergunta. Aí ele falou: 'É só olhar pra você, seu cabelo é duro", contou.

VELÓRIO DE MAGUILA

Segundo informações divulgadas no perfil do Instagram de Maguila, o velório do ex-boxeador brasileiro aconteceu nesta sexta-feira, 25, em São Paulo, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e foi aberto ao público. 

O corpo seguiu em cortejo para São Caetano do Sul, onde haverá um cerimonial na Ossel, que fica na avenida Goiás, 459.