Trama da Globo que enfrentou obstáculos para conquistar a audiência e foi um desafio pessoal para autor estreou no Globoplay semana passada
Bárbara Aguiar, sob a supervisão de Arthur Pazin Publicado em 22/01/2025, às 07h30
Em fevereiro de 1992, a Globo estreava Perigosas Peruas, sua nova novela das sete, com o desafio de substituir o sucesso Vamp. Escrita por Carlos Lombardi, a trama trouxe o estilo vibrante e agitado que havia garantido o êxito de Bebê a Bordo — no entanto, a boa receptividade do trabalho anterior não se repetiu desta vez. Além do autor, enfrentar desafios de audiência, ele encarou a novela em meio à gestação turbulenta: "Vi minha mulher com hemorragia", relembrou. Saiba mais sobre o folhetim que entrou para o catálogo do Globoplay na semana passada.
Carlos Lombardi compartilhou, no livro Autores, Histórias da Teledramaturgia, que a produção de Perigosas Peruas coincidiu com um dos períodos mais difíceis de sua vida: "Minha mulher entrou em trabalho de parto no quinto mês de gravidez. Nasceram duas meninas antes da hora. Uma nasceu morta, a outra sobreviveu poucas horas. Vi minha mulher com hemorragia, sentado em frente de meu computador. Fui até o hospital e, na manhã seguinte, tive que voltar para o computador para trabalhar”.
Além de lidar com essa situação pessoal, o jornalista Nilson Xavier, do Teledramaturgia, resgata outros dramas vividos pelo autor na época: Lombardi enfrentou problemas com o desempenho da trama e elenco. Vera Fischer, escalada como uma das protagonistas, quase foi substituída no início das gravações devido a faltas relacionadas a conflitos com seu então marido, Felipe Camargo. A substituição chegou a ser considerada, e a Globo procurou outras atrizes para o papel de Cidinha, como Natália do Valle e Bruna Lombardi, mas nenhuma aceitou assumir a personagem às pressas.
Nos primeiros meses, segundo Xavier, Perigosas Peruas enfrentou uma forte competição com o programa jornalístico Aqui Agora, exibido pelo SBT, que capturava o público ao explorar crimes e tragédias sensacionalistas. "Foi uma das primeiras vezes em que vimos como era difícil concorrer com esse tipo de programa apelativo, que explora o crime, a tragédia e outras coisas inacreditáveis. Mas a direção da Globo foi calma o suficiente para lidar com isso e, no segundo mês de exibição, a novela pegou", relatou Lombardi.
Para tentar reverter a situação, algumas mudanças significativas foram implementadas no enredo. O Teledramaturgia revela que uma cena que mostraria a tentativa de suicídio da personagem Tuca (Natália Lage), de apenas 13 anos, foi excluída por ser considerada inadequada para o horário. Já o personagem Belo (Mário Gomes), que originalmente morreria por volta do capítulo 100, teve seu destino alterado devido à sua grande aceitação entre os espectadores, permanecendo até o final da história.
Apesar de ter enfrentado desafios desde o princípio, Perigosas Peruas conseguiu se firmar como uma novela singular, destacando-se pela ousadia narrativa de Carlos Lombardi — que pode ser conferido no Globoplay — e pela capacidade de superar adversidades nos bastidores.
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