Novela foi pensada antes da crise de saúde mundial e título tinha peso pessimista no momento de luto vivido após perdas pelo Covid-19
Bárbara Aguiar, sob a supervisão de Arthur Pazin Publicado em 22/11/2024, às 14h58
Em 22 de novembro de 2021, há três anos, a Globo lançava Quanto Mais Vida, Melhor!, novela que precisou se reinventar antes mesmo de ir ao ar. Originalmente batizada como A Morte Pode Esperar, a trama mudou de título por conta da pandemia do coronavírus. Em um momento de luto coletivo, a emissora optou por uma chamada mais otimista, alinhado à mensagem de segundas chances do folhetim.
A trama, como foi explicado na época, deveria ter estreado em 2020 com um tom mais ácido e humorístico, mas a chegada do Covid-19 forçou ajustes tanto no título quanto na abordagem. O nome A Morte Pode Esperar foi descartado pela emissora diante do número de mortes no país, o que levou à mudança para Quanto Mais Vida, Melhor! — um título vibrante, assim como a abertura.
A produção também foi impactada por ter sido inteiramente gravada antes da estreia, o que a classificou como uma obra fechada. Sem a possibilidade de ajustes com base na reação do público, a novela teve dificuldade em alcançar números expressivos no Ibope, fechando com uma média de 20 pontos em São Paulo.
Na estreia solo de Mauro Wilson como autor de novelas, a trama trouxe uma mistura inusitada de comédia, drama e fantasia. Quatro personagens centrais — o jogador Neném (Vladimir Brichta), a empresária Paula (Giovanna Antonelli), o cirurgião Guilherme (Mateus Solano) e a dançarina Flávia (Valentina Herszage) — morrem em um acidente de avião, mas recebem da própria Morte uma oportunidade única: mais um ano de vida para corrigirem seus erros.
Como ressalta o jornalista Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, o autor se inspirou no especial Os Amadores, também de sua assinatura. Os dilemas da novela incluíam paixões do passado, paternidades desconhecidas e batalhas empresariais. Apesar disso, destaca Xavier, nem todos os personagens conquistaram o público: Guilherme foi apontado como um protagonista sério demais, enquanto Rose (Bárbara Colen), sua esposa, teve dificuldade em engajar por sua indecisão e apatia.
Apesar de sua recepção mista, Quanto Mais Vida, Melhor! deixou uma marca como a novela que tentou ressignificar a morte em tempos de pandemia, algo que tocou alguns telespectadores mais sensíveis.
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