Não existem mais vídeos de Véu de Noiva, apenas algumas imagens de bastidores da novela - Reprodução/Globo
Em 1969

Globo revolucionou novelas com lançamento de Regina Duarte no canal há 55 anos

Primeira novela de Regina Duarte na Globo rompeu com modelo de dramas desconexos da realidade e trouxe retrato do Rio de Janeiro da época

Bárbara Aguiar, sob a supervisão de Arthur Pazin Publicado em 14/10/2024, às 16h20

Em 14 de outubro de 1969, há 55 anos, a TV Globo estreava a novela Véu de Noiva como sua nova trama das oito. Escrita por Janete Clair e protagonizada por Regina Duarte, Véu de Noiva foi a estreia da atriz na Globo e revolucionou o modelo de novelas do canal com seu lançamento.

Segundo o jornalista Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, a decisão de inovar foi baseada no sucesso da concorrente, TV Tupi, com a novela Beto Rockfeller. A trama da Tupi tinha uma história moderna e arrojada, que se conectava com o público mais jovem, e inspirou a direção da Globo a mudar os rumos dos folhetins da emissora.

De 1966 até o lançamento de Véu de Noiva, o núcleo de dramaturgia da Globo foi comandado pela autora Glória Magadan — um período que, como recorda Xavier, ficou conhecido como Era Magadan. Com "mãos de ferro", ela implantou uma onda de novelas com temáticas antigas que remetiam a períodos há muito passados.

No livro Janete Clair, a Usineira de Sonhos, de Artur Xexéo, a saída de Glória da direção foi descrita como um divisor de águas para a Globo. "O mundo de castelos, masmorras, calabouços, galeões espanhóis de Magadan foi substituído por imagens de um Rio de Janeiro luminoso, casa de campo em Petrópolis, autódromos movimentados. Hoje isso tudo pode parecer banal, mas em 1969 era moderníssimo", explica.

As novelas seguintes a Véu de Noiva, de fato, mantiveram a linha de enredo moderno com cenas comuns do dia a dia da época. Xavier relembra a publicidade do enredo de Janete Clair: "Em Véu de Noiva, tudo acontece como na vida real. A novela verdade", o que reforçava no público a ideia de proximidade.

Além de inovar na temática, Véu de Noiva também marcou mudança no modelo de escrever novelas. Em entrevista dada em 1979, Janete dedica a Véu de Noiva o desenvolvimento de tramas paralelas em suas obras.

"Foi em Véu de Noiva que descobri que uma história, para ser um pouco mais longa, não poderia depender exclusivamente da linha principal. Com muito medo, desenvolvi algumas tramas paralelas em Véu de Noiva e senti, então, como elas ajudavam a passar outros dados e emoções, além de descarregarem muito a tensão da história principal", recordou a autora.

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