Fábio Jr. - (Foto: Reprodução/TV Globo)
PEDRA SOBRE PEDRA

Há 32 anos, novela da Globo usou 146 borboletas para gravar morte de personagem

Em Pedra sobre Pedra, fotógrafo vivido por Fábio Jr. contou com a ajuda de um dublê e mais de 100 borboletas para gravação de cena na Globo

Arthur Pazin Publicado em 16/02/2024, às 11h30 - Atualizado às 13h17

Ícone da teledramaturgia em 1992, Jorge Tadeu (Fábio Jr) marcou Pedra sobre Pedra com seu realismo fantástico. Até mesmo na hora de morrer, o personagem criado por Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn ficou na memória do público que assistia à novela das oito há 32 anos. A cena da morte do fotógrafo contou com o auxílio de 146 borboletas.

De acordo com pesquisas do jornalista Duh Secco, a sequência da morte de Jorge Tadeu, que no ar durou apenas três minutos, levou seis horas para ser gravada. Com o auxílio de um dublê, as borboletas da espécie monarca sobrevoavam o corpo da personagem, que por sua vez se encontrava também envolto em mel.

O diretor da cena, Luiz Fernando Carvalho, relatou ao jornalista que as as borboletas eram "atraídas pelo cheiro desprendido pelo corpo de Jorge Tadeu". "Bebem o sangue de seu peito e levantam voo, como se levassem a alma do fotógrafo.” 

 

MULHERENGO EM VIDA E MORTE

Marcante na trajetória de Fábio Jr. e também na trama, Jorge Tadeu era um forasteiro que chegava a fictícia cidade de Resplendor como um fotógrafo conquistador, com acesso à casa de todo mundo. Dessa forma, o mulherengo conseguia se aproximar das mulheres casadas da cidade , incluindo Francisquinha (Arlete Salles), que queria descobrir o mistério que o cercava.

Além de fotografar e seduzir, Jorge Tadeu "regava" com urina, diariamente, uma árvore em frente à casa do prefeito, cujos frutos, quando ingeridos, faziam com que entrasse em contato com quem os provou. Segundo o jornalista Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, para estas cenas o especialista em efeitos especiais Domingos Utimura concebeu um molde de silicone de um arbusto de fícus e, posteriormente, o reproduziu em resina, substituindo o miolo do tronco por cabos de aço flexíveis que, acionados por controle remoto, movimentavam as folhas, sendo estas verdadeiras.

Mesmo após sua morte, Jorge Tadeu continuou enlouquecendo as mulheres de paixão. O personagem também ficou eternizado nesta fase, quando já sem vida surgia após uma das mulheres que se relacionava em vida comia um antúrio. 

À época de Pedra sobre Pedra,  Fábio Jr. regressava às novelas após seis anos, desde o fim de Roque Santeiro, em 1986.  O ator também integrou o elenco de outras tramas, como Nina (1977), Cabocla (1979), Água Viva (1980), Louco Amor (1983) e Corpo Dourado (1998), todas na Globo. No SBT, Fábio Jr. gravou uma participação em Brasileiras e Brasileiros (1991) e protagonizou Antônio Alves, Taxista (1996) ao lado de Guilhermina Guinle, sua esposa à época.

(Foto: Reprodução/TV Globo)
(Foto: Reprodução/TV Globo)
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