Sinal de Alerta ataco problemas urbanos como a poluição e a vida dura dos proletariados - Reprodução/Globo
Em 1978

Há 46 anos, Globo encerrava faixa de novelas após trama 'ativista'

Faixa de exibição na grade da Globo foi prejudicada por baixa audiência em trama com críticas sociais e implementação de horário eleitoral

Bárbara Aguiar, sob a supervisão de Arthur Pazin Publicado em 31/07/2024, às 07h30

Em 31 de julho de 1978, a Globo estreava Sinal de Alerta, obra do autor Dias Gomes que marcou o fim da faixa das 22h da emissora. A novela sofreu com a baixa audiência e não teve boa repercussão entre o público. Apesar disso, foi eleita pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) a melhor novela do ano. A faixa de exibição, na época, já estava deteriorada e enfrentou outros fatores negativos, como o horário eleitoral.

Sinal de Alerta trazia temas modernos e polêmicos para o período, como a discussão sobre o meio ambiente e a exploração do trabalhador. Dias Gomes, inclusive, conquistou a antipatia da classe de poderosos que se identificaram com o empresário Tião Borges (Paulo Gracindo), dono da fábrica poluidora e vilão da história.

A obra chegou a trazer personalidades como o arquiteto Oscar Niemeyer e Ruth Christie, então presidente da Campanha Popular em Defesa da Natureza, para darem depoimentos em cena sobre a questão ecológica e a importância da preservação do ecossistema, mas isso não foi suficiente para segurar a atenção do público.

Além do desinteresse pelo enredo, a trama sofreu com a implementação do horário eleitoral: entre setembro e novembro de 1978, o horário gratuito concedido ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) entrou no ar, o que obrigou a Globo a apresentar a novela às 23 horas e diminui ainda mais a audiência da faixa de exibição.

Com o fim do horário político em novembro, a emissora decidiu exibir um compilado de dez capítulos de toda a novela, o que atrasou em duas semanas a exibição de capítulos inéditos de Sinal de Alerta. Após a retomada da novela, para auxiliar o autor Dias Gomes, foi convocado Walter George Durst, que colaborou nos trinta capítulos finais.

O que aconteceu com o horário?

Depois de Sinal de Alerta, o horário das dez foi ocupado por uma reprise de Gabriela. Com o fim da exibição, a emissora lançou uma série de seriados nacionais que se tornaram padrão do horário, como Malu MulherPlantão de Polícia e Carga Pesada, além de programas da linha de shows.

Ao longo dos anos, o horário foi usado para exibição de vários tipos de produções: em 1983, foi ocupado por Eu Prometo, um pedido de Janete Clair para a emissora exibir sua última novela. Em 1990, a Globo lançou Araponga (escrita por Dias Gomes, Lauro César Muniz e Ferreira Gullar) em um horário alternativo, às 21:30, mas a novela concorria com o fenômeno Pantanal, da TV Manchete.

Com o remake de O Astro em 2011, a quarta faixa de exibição foi reativada, dessa vez às 23 horas. Apesar de O Astro ter sido muito bem sucedida, a Globo optou pela vinculação não contínua de histórias. O último grande sucesso da faixa foi Verdades Secretas, a primeira obra original do horário, escrita por Walcyr Carrasco (72) e exibida em 2015.

Desde 2019, após o cancelamento de Sem Limite e Irmãos de Sangue, tramas de Euclydes Marinho (74), o horário não tem conteúdo original em exibição. A última história anunciada como novela das onze foi Todas as Flores, de João Emanuel Carneiro (54), trama original do Globoplay, condensada para exibição na TV aberta.

Novela Globo Sinal de Alerta

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