Lorena Comparato revela detalhes de papel em Rensga Hits: 'Vergonha de cantar'

No ar na TV Globo com a segunda temporada de Rensga Hits!, Lorena Comparato conta como interpretar a cantora Gláucia a encorajou. Em entrevista à Contigo! Novelas atriz reflete sobre detox de macho, tema que gerou o hit da nova leva de episódios e desabafa sobre as dificuldades da carreira artística.

Em Rensga Hits! o público viu um outro lado seu, que canta. Esse trabalho te transformou muito?

"Nossa, muito! Eu acho que a Gláucia me deu uma coragem, principalmente de cantar, que eu sempre tive muita vergonha, ainda tenho um pouco de vergonha de cantar, mas ela me deu coragem, ela me mostrou o processo do que é ser uma cantora. Fora a honra que é homenagear as cantoras sertanejas que a gente tem no Brasil. E mais que isso, homenagear todas as mulheres, homens, as pessoas que estão almejando chegar a esse lugar. Eu acho que o legal da Gláucia é que ela não é como a Thamy [Jeniffer Dias], que já tem uma carreira estruturada, é muito famosa, muito rica. Não, a Gláucia quer chegar lá, então acho que esse sentimento de você querer muito crescer a gente se identifica com isso, porque todo mundo tem ambição. Sua ambição, pode ser pequena, pode ser gigante, pode ser o que for. Gláucia é muito leonina no lugar de ambição dela e ela me deu uma força muito legal. E ela tem uma complexidade como personagem, falaram muito de como fiz da Gláucia um personagem complexo e isso veio muito do texto, da direção também, mas eu acho que a Gláucia parece que veio muito natural para mim e ela é essa personagem que consegue mergulhar numa densidade, numa tristeza profunda, mas também ser superficial."

E ela cresceu muito nessa segunda temporada...

"Cresceu, mostrou esse lugar mais vulnerável dela, principalmente no amor com o Isaías [Mouhamed Harfouch]. E para mostrar que muitas dessas mulheres que são hipervaidosas também são profundas. Acho supernecessário, porque senão coloca a gente no lugar muito superficial, raso, fútil, que não é."

O hit da segunda temporada da série é Detox de Macho. Qual é a sua opinião sobre o tema?

"Eu acho que o detox de macho é generalizado, pode ser para homem ou para mulher. Existe esse movimento de pessoas cansadas de serem maltratadas em relações e eu acho que tem aí uma ausência de homem hétero de qualidade no mercado. Eu, particularmente, não posso reclamar muito, porque sou muito bem servida de um boy hétero. Mas acho que isso é muito comum, a gente vê muitas mulheres reclamando, em movimento de detox de macho ou boys sober, são vários movimentos que rolam na internet falando ‘Chega, não quero! Não sou bi, não sou gay, sou hétero, mas estou cansada, de saco cheio!’. E é muito engraçado porque a música tem essa costura, falando que vontade vai dar, mas eu vou me controlar, porque tem esse lugar do vai e volta, do lugar de ter vontade, mas no lugar de também querer viver uma vida saudável."

E essa mudança de visual?

"Meu corpo é de personagem, mudei para a sexta temporada de Impuros e amei! É muito mais prático."

O que deseja para o seu 2025?

"Posso desejar sucesso? Será que é muito ruim? Porque acho que quando a gente faz sucesso, em tudo assim, seja na saúde, na nossa paz interior, sucesso nas amizades, na família, sucesso no trabalho... Eu sou uma pessoa que trabalho rege muito a minha vida, né? Então acho que fazer sucesso no lugar de reconhecimento artístico para mim é muito importante. Eu acho que as pessoas confundem muito sucesso com fama e eu prefiro mil vezes sucesso, reconhecimento, do que fama. Mas, às vezes, isso não te traz tanto dinheiro. Este ano eu fiquei, sei lá, sete meses desempregada, lançando muita coisa, trabalhando muito, muito evento, mas sem estar contratada. Então quem me abraçou muito este ano foi o teatro também, foi o cinema. Mas a gente vive essas lacunas na nossa profissão, que são lacunas em que a gente continua investindo na gente, em curso, em eventos porque tem beleza, tem o styling e fica complicado para a vida do artista. Então se eu pudesse desejar projetos de sucesso que trouxessem uma estabilidade financeira, alegria e reconhecimento artístico, eu ia amar."

E é uma surpresa ouvir isso porque você está em Rensga Hits!, está em Impuros...

"Exatamente, só que a gente esquece que essas séries demoram, elas têm um hiato de um ano para acontecer entre uma temporada e outra. E você não pode pegar um projeto a longo prazo porque você já tem ela no meio do caminho, então é um quebra-cabeça que, nós artistas de streaming, agora com tantos projetos, a gente tem que aprender a encaixar a realidade e a escolher, que é o mais difícil. Quando a gente faz uma série dessas a gente tem ali o contrato e aquela estrutura quando a gente filma, mas depois não mais. Só que você está ligada à série para sempre, está divulgando a série, está indo aos eventos, você está presente, e isso não quer dizer necessariamente que você tem um laço com algum lugar. São os novos tempos, né? Nós, artistas, começamos a repensar muita coisa, a entender que a internet é uma ferramenta muito boa pra gente – e, para mim, que vim do teatro, eu acho que é sempre voltar ao teatro."

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