História era união de duas novelas de emissoras concorrentes e, apesar da pressão da audiência para mudar enredo, novela da Globo foi sucesso
Bárbara Aguiar, sob a supervisão de Arthur Pazin Publicado em 27/09/2024, às 15h37
Em 27 de setembro de 1993, há 31 anos, a Globo estreava Sonho Meu como sua nova novela do horário das seis. A trama de Marcílio Moraes unia partes de duas novelas de emissoras concorrentes: A Pequena Órfã, da TV Excelsior, e Ídolo de Pano, da TV Tupi, em uma história totalmente nova que conquistou o público, mas não escapou de sofrer interferência após abordar bigamia.
Na história, a protagonista Cláudia (Patrícia França) abandona o marido violento, perde a guarda da filha e passa a ser disputada pelos irmãos Jorge e Lucas, interpretados respectivamente por Fábio Assunção e Leonardo Vieira. Ainda casada, a moça não poderia assumir outro relacionamento, mas, por pressão do público, que teve dificuldades em aceitar a personagem escondendo a verdade para o amado, a trama teve que ser modificada.
A protagonista, então, engata um relacionamento real com Lucas e chega a enfrentar um processo judicial pela decisão. Em entrevista ao comunicador Duh Secco, o autor desabafou sobre as mudanças no enredo: “Fui constrangido a acelerar brutalmente e resolver de forma inverossímil uma trama que estava prevista na minha sinopse, onde também estava apontada a solução que daria a ela. (…) Aí vem uma interferência de cima, mal explicada, careta, hipócrita, sobrepondo uma moral abstrata, formal, à ética que a personagem estava construindo para superar o impasse e salvar-se”.
Anos depois, em dezembro de 2021, a novela foi reprisada no canal Viva e Marcílio não hesitou em demonstrar, mais uma vez, sua insatisfação com os rumos da obra. Como resgata o jornalista Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, o autor escreveu em seu blog pessoal que a trama havia perdido toda sua vitalidade.
“Aquela força da história, aquela vitalidade dramática da protagonista [Cláudia], enfrentando Deus e o mundo para preservar sua dignidade de mulher e salvar a filha, se perdeu. A trama se tornou quase um vaudeville de intriguinhas típicas de novelinha das seis, tudo o que tentei evitar ao conceber a sinopse e desenvolver os capítulos. Imagino o quanto deve ter sido difícil para a atriz [Patrícia França] continuar desempenhando a personagem, depois de totalmente esvaziada. Para mim, também foi duríssimo”, revelou sobre os rumos da novela.
Mesmo com o descontentamento do autor, Sonho Meu foi um sucesso e conquistou uma ótima audiência, principalmente em sua reta final.
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