Inspirada em filmes sobre violência e pobreza, novela da Record trouxe Rio de Janeiro sem glamour e conquistou audiência histórica
Bárbara Aguiar, sob a supervisão de Arthur Pazin Publicado em 21/11/2024, às 16h21
Em 21 de novembro de 2006, há 18 anos, a Record TV estreava Vidas Opostas, novela de Marcílio Moraes que inovou ao retratar o contraste entre as elites cariocas e a vida nas favelas, marcada por violência e desigualdade social. Inspirada por uma onda de produções cinematográficas como Cidade de Deus e Tropa de Elite, a trama garantiu boa audiência para a Record, que bateu a Globo no ibope.
Como destaca o jornalista Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, Vidas Opostas tinha uma proposta muito diferente das novelas globais: enquanto a Globo exibia um Rio de Janeiro repleto de glamour, a novela da Record era uma visão mais crua da cidade carioca, apresentando personagens humanizados que viviam os dilemas de um Brasil marcado por desigualdades.
O romance central entre Miguel (Léo Rosa), um jovem rico da Zona Sul, e Joana (Maytê Piragibe), moradora de uma comunidade carente, serviu como fio condutor para explorar essas realidades opostas. “Como tínhamos uma liberdade maior para propor temas, levei aos diretores [da Record] a ideia de uma novela na favela, num contraponto à velha máxima da Cidade Maravilhosa”, explicou Marcílio Moraes no livro Biografia da Televisão Brasileira.
A ousadia de Vidas Opostas não passou despercebida. Marcelo Serrado e Jussara Freire receberam prêmios da APCA como melhores ator e atriz na televisão em 2007. Além disso, a novela dividiu o Troféu Imprensa de Melhor Novela daquele ano com Paraíso Tropical, da concorrente Globo.
Ao longo de sua exibição, Vidas Opostas desafiou a hegemonia da Globo: Xavier destaca que a novela atingiu o primeiro lugar no ibope em diversas ocasiões. Em fevereiro de 2007, por duas quartas-feiras consecutivas, a novela superou a audiência do futebol da emissora rival. O capítulo final, exibido em 27 de agosto de 2007, alcançou 25 pontos de média e deixou a Record em primeiro lugar durante 44 minutos.
“Sabíamos que seria um sucesso, mas o resultado superou todas as expectativas”, comemorou o autor em fala resgatada pelo Teledramaturgia. Mesmo 18 anos depois, Vidas Opostas é lembrada como um marco na televisão brasileira, por sua coragem, qualidade, interpretações e impacto no público.
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