Pedra Sobre Pedra tinha elenco de peso com nomes como Lima Duarte, Renata Sorrah e Adriana Esteves - Reprodução/Globo
Em 1992

Você sabia? Novela da Globo fez sucesso em Cuba por causa de charutos

Trama da Globo tinha personagens marcantes e diversos elementos fantasiosos, mas foram os charutos de Lima Duarte que conquistaram público estrangeiro

Bárbara Aguiar, sob a supervisão de Arthur Pazin Publicado em 06/01/2025, às 13h01

Em 6 de janeiro de 1992, a Globo estreava Pedra Sobre Pedra, trama escrita pelo trio Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares que marcou a teledramaturgia nacional e também fez sucesso no exterior por um detalhe curioso: os charutos fumados pelo personagem Murilo Pontes, interpretado por Lima Duarte.

Sucesso pelos charutos?

Em Cuba, a novela foi exibida com um novo título que, segundo Lima Duarte em uma entrevista resgatada pelo jornalista Nilson Xavier, do Teledramaturgia, fazia referência direta à tumultuada relação de amor e ódio entre seu personagem e Pilar Batista, vivida por Renata Sorrah. De Pedra Sobre Pedra, a trama passou para Te Odio Mi Amor.

Xavier destaca que o carisma dos personagens e a dinâmica de suas interações conquistaram os espectadores cubanos, mas os charutos de Pontes também foram um elemento essencial para o sucesso. Em uma visita ao país, Lima Duarte teve a oportunidade de conhecer uma tradicional fábrica de charutos e foi recebido com entusiasmo pelos trabalhadores, que associavam sua imagem ao personagem icônico.

Segundo o ator, a popularidade da novela em Cuba foi amplificada pela cultura local, onde os charutos, elemento central de seu personagem, tinham grande significado. No Brasil, sem a conexão do povo com os charutos, a novela fez sucesso por outros motivos.

Enredo recheado de criatividade

Como destaca o Teledramaturgia, Pedra Sobre Pedra ficou marcada no imaginário nacional pelo realismo fantástico, toque especial de algumas obras de Aguinaldo. Enredos únicos como o de Jorge Tadeu (Fábio Jr.), personagem que encatava mulheres que comiam suas flores, Sérgio Cabeleira (Osmar Prado), que enfrentava uma forte atração pela lua cheia, e Dona Quirina (Mírian Pires), que aos 120 anos tinha uma ótima memória, se transformaram em ícones do folhetim.

O reconhecimento da novela não ficou apenas no gosto popular: a trama ganhou o Troféu Imprensa de Melhor Novela de 1992, e Lima Duarte foi premiado como Melhor Ator. A Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) também reconheceu o talento de Armando Bógus, que interpretou o prefeito Élcio Batista, como o Melhor Ator daquele ano.

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