Nego Di é desmascarado e quebra de sigilo aponta que doação milionária ao RS era falsa

Nego Di teve seu sigilo bancária quebrado após ser preso por suspeita de estelionato no último domingo (14). O ex-BBB ganhou um certo apreço dos internautas após supostamente doar R$ 1 milhão para uma vaquinha que beneficiaria as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Mais uma vez, o humorista chocou um total de zero pessoas após o Ministério Público constatar que ele se vangloriou da doação, mas na realidade fez a transferência de apenas R$ 100.

Em suas redes sociais, Nego Di cobrou a falta de posicionamento de outras celebridades, como Xuxa Meneghel, Mitico e Igão. Em seu perfil do Instagram, o ex-BBB reforçou que havia feito uma doação de R$ 1 milhão.

"Galera, gostaria de compartilhar com vocês uma decisão que a gente tomou aqui em casa hoje, minha patroa e eu. A gente conversou bastante, e eu fiz uma escolha que não foi fácil, confesso para vocês, mas a gente fez essa escolha de coração. Decidi doar R$ 1 milhão para o Rio Grande do Sul. Mandei R$ 1 milhão para a vaquinha do meu parceiro Badin [Colono], que já estava em R$ 50 milhões --eu sou um destes R$ 51 milhões".

"Eu sou grato por tudo o que o Rio Grande do Sul fez na minha vida. Só sou o que sou por causa do Rio Grande do Sul. É por isso que eu decido fazer essa doação. É um dinheiro que faz falta para mim, dentro da minha realidade, mas que eu sei que posso alcançar com o meu trabalho", concluiu.

De acordo com a Band do Rio Grande do Sul, a quebra de sigilo bancária do humorista revelou que tudo não passou de uma farsa. A operação encontrou, no dia da doação, apenas uma transferência de R$ 100. O Ministério Público afirmou que irá se pronunciou sobre a situação somente após a análise dos documentos encontrados durante o mandado de busca e apreensão. 

Prisão

No dia 12 de julho, Gabriela Souza, esposa de Nego Di, foi presa em flagrante após um mandado de busca e apreensão na casa do ex-BBB. O Ministério Público do Rio Grande do Sul realizou a operação após o humorista tornar-se suspeito de lavagem de R$ 2 milhões por promoção de rifas ilegais.

Dois dias depois, ele foi preso por suspeita de estelionato após causar prejuízo de R$ 5 milhões em clientes de sua loja Tadizuera. A defesa de Nego Di ainda solicitou seu pedido de liberdade, mas a Justiça do Rio Grande do Sul o negou. O ex-participante do reality show da Globo é sócio da loja online, que realizou a venda de inúmeros pedidos que nunca foram entregues.

"O indeferimento foi porque há elementos suficientes para a manutenção da prisão preventiva, apresentada a questão da lesão que foi causada em inúmeras pessoas. Tem, então, indícios suficientes da participação dele nesses estelionatos. Por isso, por ora, ele vai ser mantido segregado", informou o delegado Cristiano Reschke.

O inquérito da Polícia Civil informou que 370 vítimas do golpe foram identificadas. De acordo com a investigação, Nego Di usava sua imagem para aumentar o alcance dos anúncios nas redes sociais, onde soma mais de 10 milhões de seguidores. A loja virtual operou entre 18 de março e 26 de julho de 2022, quando uma determinação judicial declarou seu fim. A empresa não contava com um estoque dos produtos e o influenciador tinha consciência disso, mas enganou os clientes com promessas de que os itens seriam entregues.

O órgão do governo ainda tentou intimar Nego Di diversas vezes para ele prestar esclarecimento, mas até então ele não havia sido encontrado. A operação estima que o prejuízo causado as vítimas seja superar a R$ 330 mil, mas o valor pode ser ainda maior. Após sua falcatrua vir à tona, ele publicou um breve desabafo no Twitter/X: "Estávamos preparados para o que aconteceu ontem [sexta]. Nós sabíamos que iria acontecer mais cedo ou mais tarde, e todo mundo sabe o porquê do que aconteceu ontem".