Alexandre Guerra comenta papel da trilha sonora em O Som e a Sílaba: "A música que conduz a história" - Divulgação
ENTREVISTA

Alexandre Guerra comenta papel da trilha sonora em O Som e a Sílaba: "A música que conduz a história"

Em entrevista, o responsável pela trilha sonora da nova série do Disney+ sobre a música ser um personagem fundamental na trama

Camila Gomes (@camilagms) Publicado em 30/08/2024, às 17h00

Após rodarem o país com a peça O Som e a Sílaba, Alessandra Maestrini (Toma Lá, Dá Cá) e Mirna Rubim (Don Giovanni) estrelam a adaptação homônima do espetáculo de Miguel Falabella (O Coro: Sucesso, Aqui Vou Eu), que acaba de chegar ao Disney+. A novidade conta a história de Sarah Leighton (Maestrini), uma jovem no espectro autista, que sonha em ser uma estrela de ópera.

Em entrevista à Rolling Stone Brasil, em parceria com o CineBuzz e a Contigo!, Alexandre Guerra, responsável pela trilha sonora do projeto, comentou sobre o papel da música na condução da história. Confira a seguir:

Você participou da trilha sonora de "Castelo Rá-Tim-Bum", que fez muito sucesso com o público infantil nos anos 90/00, como é pra você agora participar de uma trilha sonora para uma produção do Disney+?

A série também tem uma relação muito forte com a minha área que é a música, porque é justamente uma aspirante a cantora de opera, então isso foi pra mim uma motivação especial. Eu acho que a música tem nessa série um protagonismo, um lugar especial, ela tem um destaque, então ela é muito importante. A personagem da Sarah canta as notas do repertório tradicional de ópera, compositores do século 19, agora minha contribuição foi com a trilho original da série, que dá essa atmosfera, que entra no clima psicológico do personagem, das suas aflições, das suas ansiedades, das suas realizações, é a música que conduz a história.

Como foi pra você essa parceria com o Miguel Falabella?

Pra ser bastante claro sobre o processo todo foi o seguinte, o desenho original dela era pra que não se fizesse música incidental, só se usasse as próprias óperas como a música pra conduzir a série e ai obviamente não tava funcionando você usar mesmo que um trecho original de uma ópera que muitas vezes é muito dramática, como a trilha da série e isso gerou uma apreensão muito grande. Então eu cheguei em uma posição boa, que de certa forma de ajudar a resolver esse ponto.

Quando eu cheguei na série, o início era todo delicado de uma lembrança tava com uma música de "Carmen" de [Georges] Bizet que obviamente não conversa com nada naquela cena. Então quando eu realmente comecei a criar essa música original nós tivemos uma reunião com o Miguel Falabella, apresentei as ideias pra ele e ele ficou muito comovido, porque realmente a coisa tava num momento dramático que a série tava sendo prejudicada por não ter uma música que conduzisse a ação, que fosse uma música feita para série, uma música original. O Miguel foi muito aberto às minhas ideias, pra mim ele foi super entusiasta, super me apoiou, super me autorizou a seguir o caminho para a série.

Sabemos que a música é uma parte muito importante na série, na sua opinião, ela pode ser considerada um personagem?

Ela é um personagem de certa forma porque ela faz o uso da memória. Quando você tem um tema musical, uma melodia, você acaba criando uma memória afetiva do espectador, por associação da memória daquilo. De certa forma, se a gente pensar em uma melodia como uma entidade, algo que evoca uma memória, sim é um personagem. Mas eu acho que o recurso do tema é quase como se você visse a foto de alguém que você já conhece, essa memória auditiva que a gente tem, tem o poder de evocar, inclusive isso é legal porque muitas vezes quando o personagem não está presente em cena você pode se referir a ele ou mencioná-lo só pelo uso da melodia que está associada a ele, então é um recurso muito poderoso.

Miguel Falabella Alessandra Maestrini Mirna Rubim O Som e a Sílaba Alexandre Guerra

Leia também

Agatha Desde Sempre tem primeira cena de nudez feminina na Marvel após sugestão de atriz


Ana Maria Braga se atrapalha e pergunta se fã dormiu com Jão


Cariúcha chora ao vivo no SBT ao revelar que foi abusada: “Coletivo”


Marcus Buaiz estreia como apresentador em programa na CNBC Brasil


TV Tupi pode voltar? Há 74 anos nascia a primeira emissora do Brasil


Record cativa público ao resgatar ouro desperdiçado pela Band