SBT resolve não se pronunciar após demitir jornalista que está com câncer desde 2019, e era contratada desde 2017
Everton Henrique Publicado em 07/01/2025, às 20h52
A demissão de uma funcionária do SBT, em tratamento de câncer desde 2019, gerou comoção e polêmica após ser revelada pela coluna de Fábia Oliveira do Metrópoles nesta segunda-feira (6/01). A jornalista, que enfrenta um câncer no pulmão com metástase no cérebro, depende do convênio médico da emissora para continuar seu tratamento. “Perder o convênio, pra mim, é uma sentença de morte”, desabafou a ex-funcionária, revelando o desespero diante da situação. A demissão ocorre num momento delicado, em que a continuidade do tratamento é crucial para sua sobrevivência.
Após a repercussão da notícia, Daniela Beyruti, presidente do SBT, utilizou as redes sociais para se manifestar, afirmando não estar ciente da situação e prometendo investigar o caso. No entanto, até o momento, a emissora não emitiu um comunicado oficial sobre a demissão. O silêncio da empresa tem gerado críticas, especialmente por parte de colegas de trabalho e entidades sindicais que exigem uma resposta concreta e rápida.
A ex-funcionária, que trabalhava na produção do SBT Brasil, destacou que seu tratamento é sustentado pelo convênio médico, que permite acesso a medicamentos caros e vitais, como o lorbrena, que custa cerca de R$ 40 mil por mês e não está disponível no SUS. “O remédio deu certo. Controlou a doença. Sem o convênio, não consigo continuar o tratamento”, afirmou, ressaltando a gravidade da situação e seu temor pelo futuro.
Segundo o advogado Yuri Marques Peçanha, a legislação brasileira não proíbe a demissão de funcionários com doenças graves, desde que a doença não seja causada pelo ambiente de trabalho. “A demissão discriminatória, baseada exclusivamente na condição de saúde do empregado, é o que pode ser contestado legalmente”, explicou. O advogado destacou que o funcionário pode buscar a Justiça se acreditar que foi demitido por causa de sua doença pela emissora, mas precisará comprovar que o empregador tinha conhecimento da situação de saúde.
A falta de uma posição oficial da emissora e a incerteza sobre a manutenção do convênio médico ampliam o debate sobre as responsabilidades das empresas em oferecer suporte contínuo aos seus colaboradores em momentos críticos. Com o advogado da jornalista já reunindo documentos para um pedido de reintegração na Justiça.
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