Em entrevista exclusiva para a Contigo, a renomada artista plástica contemporânea, Paula Klien, retrata seu renascimento através de uma mistura de realidade e ficção. - Reprodução/Amazon
LEITURA INSPIRADORA

“Todas as Minhas Mortes”: Paula Klien retrata seu renascimento em nova obra

Em entrevista exclusiva, renomada artista plástica contemporânea, Paula Klien, retrata seu renascimento através de uma mistura de realidade e ficção

Redação Publicado em 03/06/2024, às 16h00

De forma honesta e com toques artísticos, a escritora Paula Klien, aborda os diversos lados da existência feminina no romance de autoficção “Todas as Minhas Mortes”. No livro, publicado pela Citadel Grupo Editorial, a artista ultrapassa as fronteiras da realidade e da fantasia, apresentando suas vivências reais com desdobramentos da própria imaginação.

Na obra, o leitor acompanha a vida de Laví, e como a personagem se transforma a cada ciclo e a cada emoção. Em entrevista exclusiva para a Contigo, a autora falou sobre suas influências filosóficas e psicanalíticas, e como o conjunto moldou a construção da narrativa e das reflexões da protagonista:

Embora a maior parte da minha vida tenha sido dedicada às artes visuais e minha inclinação natural seja para a estética de todas as coisas, é nos questionamentos que me vejo perdida. Vivo imersa em pensamentos e reflexões sem fim. Mesmo sem ter me dedicado à filosofia, confesso que há em mim uma faceta um tanto filosófica. Durante o processo de escrita do livro, realizei pesquisas para estabelecer paradoxos entre os meus pensamentos e os pensamentos de alguns filósofos.

 Os grandes pensadores mencionados por Paula são simplesmente alguns dos maiores nomes da história como Nietzsche, Espionsa e Lacan, e nesse jogo de reflexões e vivências pessoais transmitidas para uma mistura de realidade com ficção nada clichê, a artista vai além contando um pouco sobre seu processo criativo para o livro.

Quanto mais fictícia é uma obra, mais autobiográfica ela é e, quanto mais autobiográfica, mais fictícia. Para ser honesta com os meus leitores, decidi confundir. Dissolvendo a fronteira entre realidade e ficção – o que, aliás, é algo que já faz parte do dia a dia de todo artista –, expus ao mundo a minha história de vida. A protagonista, que é a voz narrativa, conta essa história através de sua lente perceptiva. Seria ela confiável? Estamos falando de arte. Vai saber... 

A personagem, descrita como ousada, determinada e questionadora, vai contra a todos os padrões esperados, provocando sentimentos e reflexões profundas ao tratar de temas como sexualidade, amadurecimento e a tão discutida maternidade. 

Entre seus momentos de prazer e dor, Laví se mostra honesta e vulnerável ao expor todas as suas forças e fraquezas, resultando em um renascimento potente -como a tão conhecida fênix-:

Eu esgotaria as forças pelo ser que me escolheu para
– tal qual o Big Bang – expandir do nada um universo inteiro em mim. Eu me esvaziaria inteira para bem conduzir quem colocou limite nos saberes do mundo e calou a ciência. Eu iria até o fim de todas as linhas com ele, e simplesmente com ele: com o mais desejado dos filhos. (pg. 142-143)
Reprodução/Amazon

 

Paula Klien tem uma conexão especial com as artes, sendo pioneira em Cripto Arte e NFT (token não fungível), além de utilizar métodos ancestrais na criação de seus desenhos e pinturas. Para ela, sua vasta experiência no ramo cultural a fez imprimir suas inspirações através da escrita. “Agreguei meu combo com música, dança, performance, artes plásticas, fotografia e direção criativa às minhas palavras.”, afirma a escritora.

Muito além de uma obra com foco no público feminino, “Todas as Minhas Mortes” é destinada a todas as pessoas que se interessem pela complexidade do ser humano, segundo as palavras da autora que reforça afirmando “Imagino que vá atravessar, marcar e transformar cada um de forma diferente e única.”.

SOBRE PAULA KLIEN

Nascida no Rio de Janeiro, em 1968, Paula Klien acumula diversos talentos em seu currículo. Além de autora, é uma renomada artista plástica contemporânea que também trabalha com performance e vídeo. Fotógrafa por dez anos, realizou diversos trabalhos relevantes para o setor cultural, integrando acervos de museus e importantes coleções. Na vida acadêmica, Paula estudou Direito, mas adentrou no universo das artes.


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