É injusto que uma participante possa se mostrar com virtudes e defeitos, enquanto os outros são julgados pelo tribunal da internet
É difícil não reconhecer que Juliette é a grande favorita a vencer o BBB21. E mais do que isso: desde o início, a sister dividiu com Gilberto o protagonismo da história que esta edição conta. Tudo o que acontece na casa está, de uma forma ou de outra, relacionada com a sister. É ela quem protagoniza os momentos mais emocionantes e consegue fazer o público chorar e rir, pelos mais variados motivos.
Mas também é curiosa a repercussão nas redes sociais sobre cada ação da sister na casa. Juliette é uma pessoa comum, com altos e baixos, acertos e erros. Vive o Big Brother Brasil como se fosse sua grande chance e se doa ao programa como poucos participantes fizeram na história.
Mas, como todo mundo que escolhe se mostrar sem filtros, Juliette também comete deslizes: já teve falas problemáticas, já desdenhou e foi maldosa, já fez fofoca, já se mostrou mesquinha e egocêntrica. Esta é a beleza da paraibana: ela não se coloca acima dos demais. Senta e conversa com paciência sobre as situações, confessa fraquezas, demonstra inseguranças.
Mas, o público só dá para ela o benefício da dúvida. Quando protagoniza discussões torpes foi sem querer, quando protagoniza falas preconceituosas foi sem maldade, quando se mostra egocêntrica é porque não é respeitada. Quando duvidou do beijo que Lucas deu em Gilberto, teve fala foi atenuada. Quando foi soberba e disse que era vencedora moral de uma prova vencida por outro participante não foi detonada.
Fato é que o público escolheu Juliette e ela é, merecidamente, a campeã do BBB21. Mas não é justo que somente uma participante possa se mostrar humana, com erros e acertos, virtudes e defeitos, enquanto os outros todos são julgados pelo tribunal da internet sem possibilidade sequer de defesa.
Logo no início do programa, após ser humilhada dentro da casa, a sister disse a frase que melhor resume esta edição do reality. "Engula o choro, porque se chorar é vítima. Se falar, é braba. Se chorar, é vulnerável. E se gritar, é barraqueira... Aqui é assim", disparou ela.
Imaginem então qual será a decepção da sister após deixar a casa e descobrir que, aqui fora, o público também se posiciona num lugar de superioridade e julgamento - postura que justamente foi a que causou tanto sofrimento à maquiadora lá dentro.
Falta ao público o comportamento acolhedor e sem vaidade da própria sister.