Ana Carolina e Seu Jorge retomam parceria e saem em turnê

Não faltaram boatos sobre intrigas, brigas e até que eles deixaram de se falar. Mas uma coisa é certa: Ana Carolina e Seu Jorge têm personalidades fortes e, às vezes, explosivas. Não que o termo “explosão” seja pejorativo. Ao menos neste caso. Quase 11 anos após o estrondoso sucesso de apenas um show, Ana & Jorge — do até hoje onipresente hit É Isso Aí, versão de The Blower’s Daughter, de Damien Rice, transformado em exitoso CD, que vendeu mais de 300 mil cópias, e também em DVD com mais de 100 mil —, eles retomam a parceria e saem em turnê por 13 capitais do país, algo que não conseguiram fazer no passado por incompatibilidade de agendas, já que cada um seguiu um rumo diferente na carreira. A estreia foi em 1º de abril, em São Paulo, e as próximas paradas são Rio, Fortaleza e Recife. O novo espetáculo, que relembra os melhores momentos de 2005, traz os maiores sucessos dos dois artistas e novas canções.

“As agendas de show foram feitas para este projeto. Tivemos de parar nossas carreiras para dar atenção a esta carreira que temos juntos. Com a música, não tenho cabeça para participar de outra coisa que não seja este trabalho com a Ana. Tenho um projeto para o cinema que tive de adiar para poder fazer este musical”, conta Seu Jorge. “Eu estava fazendo meu show solo de voz e violão, que gosto muito, pois volto às origens, e agora voltei a este ponto com Seu Jorge, em relação ao suingue. Embora, às vezes, eu não grave tantas canções assim, eu gosto muito de suingue no violão e na guitarra. Acho que isso é o que nos une, nos aproxima”, avalia Ana. “Já eu acho que o que me aproxima da Ana é o registro e a força da voz, a pujança na interpretação e a frequência do timbre. Uma coisa que adquiri no meu convívio com a Ana foi a habilidade de cantar um outro gênero que eu não dominava, como o da música romântica. Ou melhor, da música que tem o compromisso de chegar ao coração, de falar do sentimento humano, do sentimento individual. Ela tem essa habilidade, essa expertise, conhece esse sentimento muito bem. É um aprendizado pra mim. Estou me especializando e trazendo para a minha música e para o meu jeito de interpretar tudo isso, nos últimos 11 anos”, reflete o cantor, ator e, assim como ela, artista plástico.

Sim, é nas artes plásticas que os dois multitalentosos artistas se encontram novamente! No caso de Ana Carolina, ela tem investido no hobby como uma nova forma de expressão. “O que eu mais gosto na pintura da Ana é o abstracionismo que ela propõe, mas com muita cor e muita sutileza. Tem buscas ali. Mergulho em sua pintura, vou dentro da alma. Tem uma inquietude que é muito dela. Como já tenho intimidade e já a conheço, sei que ela é muito caxias e pragmática em alguns momentos, mas pensa e reflete, é muito expansiva e natural e se assume em outros. Curto muito esse lado na pintura dela”, analisa o amigo. “O Jorge faz pinturas de rostos, o que me leva a uma curiosidade sobre quem são, pois não têm nomes. São provavelmente de pessoas que ele viu ou são pedaços de mil pessoas que ele já viu. Acho isso interessantíssimo. Aquilo tem alma, parece que tem nome, uma história. Isso me instiga”, diz a cantora.