Solteiro há cinco anos, o ator quer curtir a vida. Seguro de seu potencial, o ator garante ser um excelente partido, que não teme nem mesmo a concorrência dos mais jovens
Impossível não ser contagiado pelo alto-astral de Marcos Caruso, 63 anos. “Eu não me levo a sério. Rio de mim mesmo. Feliz o homem que consegue fazer isso. Levo a minha vida com bom humor”, justifica ele. Solteiro há cinco anos, após quatro casamentos, Caruso não quer saber mais de compromisso sério. “Passei por quatro casamentos maravilhosos, mas estou curtindo este momento de vida e adorando gostar de mim. Não quero casar, mas namorar, sim. Muito! É muito melhor do que ter aquela responsabilidade”, conta às gargalhadas, admitindo estar sempre atento a novos romances. Entre seus casamentos, o de 20 anos com a atriz Jussara Freire, 64, com quem ele teve o filho Caetano, 36. E seu último foi com a coreógrafa Dani Calichio, 40, com quem ficou cinco anos.
GOSTOSO E BONITINHO
De bem com a mente, Caruso também garante estar satisfeito com seu corpo e afirma que muito desta autoestima é ainda efeito de seu personagem Leleco, na novela da Globo Avenida Brasil (2012). “Sempre fiz esporte, mas me preocupando com a saúde, nunca pensando em ficar bombadinho. Na preparação para o Leleco, além das minhas atividades, comecei a treinar boxe e musculação. E aí descobri um cara sarado que eu não era. A partir daí, minha filha, ninguém quer perder o que ganha, na medida de que o que ganha é bom. Comecei a me achar gostoso e bonitinho”, confessa.
Cheio de qualidades, as quais enumera com cuidado para não parecer pretensioso, Caruso é convicto ao dizer que é um excepcional partido. ”Não tenho dúvida nenhuma disso, porque eu já provei nos meus casamentos que eu fui um excelente marido. Podem dizer: ‘Ai, como ele se acha!’ Mas não é isso, pode perguntar para elas! Fui excelente como marido, como companheiro, na cama, como pai, como genro... Eu sei cuidar das pessoas”, justifica ele. E, por isso, não teme entrar no páreo com os mais jovens. “Eu confio muito em mim, cara. Não tenho medo de concorrência. A pessoa pode gostar mais de alguém, mas não gostar de mim acho difícil. Horrível falar isso”, gargalha, alegando não deixar nada a desejar aos mais jovens. “Eu faço tudo o que um garotão faz. A diferença é que faço alguns testes antes. Por exemplo, meu pai me disse uma vez que descobriu que envelheceu no dia em que ele foi pular uma poça d’água e caiu no meio. E toda vez que chove, eu faço o mesmo para ver se envelheci. Como não estou caindo no meio, acho que ainda tenho 40 anos!”, diverte-se ele, citando o pai, Alberto, 94.
CRISE, EU? IMAGINA!
Em tempos de botox e implantes capilares, Marcos é categórico ao dizer que jamais se submeteria a algum desses procedimentos. “Ser careca foi um diferencial que me ajudou muito em meus personagens. Na vida pessoal, não faz diferença. Eu sou careca e morro de rir com isso. Agora, se eu começar a achar que pela falta de cabelo aquela mulher não vai gostar de mim ou que, por ser comprido e alto, pareço uma lombriga andando na praia de sunga, vou me travar. Eu rio de mim, dane-se!”, diz bem humorado. As marcas do tempo na pele também não lhe causam problemas. Pretendo nunca mexer na minha cara. Cuido das minhas rugas com muito carinho. Cada uma que aparece fico bastante lisonjeado, porque elas me pertencem e faz com que eu me torne absolutamente normal e reconhecível por grande parte das pessoas — justamente porque não pôs botox e não fez plástica”, garante. E é por essas e outras que o passar do tempo chegou de maneira suave para o ator. Ele acha lindo saber que está vivo e com saúde para viver mais ainda. “Quando fizer 64 anos, em 22 de fevereiro, vou dizer: ‘Oba!’. Minha meta é chegar aos 65. Não olho para trás e penso: ‘Ah! Que pena que não tenho mais 63’. E acho ótimo que as metas sejam essas, porque significa que não vou morrer
antes”, brinca.
FILHO DE PEIXE, PEIXINHO É
Agregador, Caruso gosta de manter a família reunida. Diariamente, fala com os netos Gabriel, 10, Clarice, 5, e Bento, 3. “Eu sou muito avô. Sou presente demais. Ligo todos os dias. Passo de bicicleta, dou um beijo. Levo na escola e dou banho”, conta, orgulhoso. O jeito é herança de seu pai, de quem o ator não esconde o orgulho. “Ele é um homem elevado a uma potência maior. É ereto, dirige, faz pilates, está na internet, antenadíssimo com o mundo e tem uma cabeça maravilhosa e, assim como eu, gosta de ter a família sempre por perto.”
FONTE DE INSPIRAÇÃO
Para dar vida a Feliciano, o ator não precisou se esforçar para entrar no universo do personagem. Diferente de fazer o Leleco (Avenida Brasil, 2012), quando precisou “morar” dois meses no Santíssimo, subúrbio carioca, bastou olhar para a sua própria rotina. “Não precisei de laboratório porque tinha um homem igual na minha vida. Meu pai não perdeu tudo. Neste caso, o ter não é igual, mas o ser é. Ele sempre quis ter a família em volta. Enquanto ele não fez todo mundo morar no mesmo bairro, quase na mesma rua, não foi feliz. Isso foi passado para mim, que foi passado para meu filho (o diretor Caetano Caruso, 36)”.