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Exclusivas / DE VOLTA AO AR

Apesar dos clichês, produção caprichada torna 'Flor do Caribe' uma novela agradável

Leve e despretensiosa, novela de Walther Negrão que volta ao ar é esquecível, mas tem qualidades

Gustavo Assumpção Publicado em 31/08/2020, às 09h00 - Atualizado às 09h54

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Apesar dos clichês, produção caprichada torna Flor do Caribe uma novela agradável - TV Globo
Apesar dos clichês, produção caprichada torna Flor do Caribe uma novela agradável - TV Globo

Sejamos honestos: Flor do Caribe não está entre as novelas marcantes do horário das seis exibidas nos últimos anos pela TV Globo. A escolha da trama de Walther Negrão para ser reexibida - decisão anunciada nesta terça -  frustrou alguns telespectadores, mas também mostra um caminho: em tempos de pandemia, a emissora preferiu eleger uma trama leve, despretensiosa e repleta de clichês.

Mas, não se engane: embora pareça banal, Flor do Caribe tem qualidades muito evidentes, a começar pela produção caprichada. Ambientada no Rio Grande do Norte, a trama inovou na captação de algumas de suas sequências e tem uma produção de cenografia e figurino das melhores.

A forte presença do artesanato nos cenários, o uso das rendas renascença de Caicó nos looks da protagonista Ester (Grazi Massafera), o trabalho de maquiagem que criou um bronzeado natural nos protagonistas e as belíssimas cenas noturnas gravadas com o uso de uma técnica cinematográfica até então inédita na TV, a "day for night", criam uma novela encantadora aos olhos.

Em uma época em que as novelas ainda esbanjavam gastos, sequências inteiras foram gravas na Guatemala, incluindo locações no vulcão Pacaya e nas cidades de Tikal, Lago de Izabal, Antigua e Semuc Champey - algo pouco visto em produções recentes.

UMA TRAMA PARA O MERCADO

É visível que a novela foi produzida pensando em sua comercialização no cenário internacional. A própria trama é, de certa forma, internacional: as belezas das praias do nordeste brasileiro sempre despertam interesse sobretudo dos países do hemisfério norte. As belezas brasileiras são cartão-postal para uma história com referências à Segunda Guerra Mundial, ao universo da aviação e à mineração, temas que tem forte apelo fora do Brasil.

A trama principal e as reviravoltas entre o trio protagonista bebem nos folhetins clássicos, engordados com toques de filmes água com açúcar. Os amigos que se tornam rivais, a mocinha pura e não corrompível, o amor proibido e interrompido por segredos do passado: nenhum clichê deixa de aparecer na novela dirigida por Jayme Monjardim

CINCO COISAS QUE TALVEZ VOCÊ NÃO SAIBA SOBRE A NOVELA

MÚLTIPLA: Além de interpretar a advogada Aurora, a atriz Suzana Pires foi uma das colaboradoras da novela e ajudou a equipe de redação na escrita das tramas da produção.

DOIS CAPÍTULOS A MENOS: Dois capítulos inteiros da novela não foram ao ar: o primeiro deles em 20 de junho de 2013, não foi exibido por culpa dos protestos que agitaram o cenário político às vésperas da eleição presidencial. O segundo, em  26 de julho, não foi ar porque a Globo cobriu a visita de Papa Francisco ao Brasil.

FATUROU ALTO: Apesar de derrapar na audiência, a novela foi um sucesso comercial. Em agosto daquele ano, por exemplo, ela foi a recordista em ações de merchandising, o que é feito raro para novelas das seis.

HIT: O cabelo da personagem de Grazi Massafera fez sucesso e se tornou uma referência: com volume, repicado nas pontas e iluminado com dois tons de luzes que ficavam entre o mel e o dourado, ele conquistou as telespectadoras.

GASTOS ELEVADOS: Feito raro, a novela contou não com uma, mas sim com duas cidades cenográficas, com direito até dunas artificiais com mais de quatro metros de altura, construídas para gravar as cenas em que a protagonista levava turistas para passear.