Aos 21 anos, Isabella está mais madura e segura. A Letícia de A Lei do Amor revela já ter se apaixonado loucamente e confessa que foi difícil lidar com as críticas sobre o temperamento
da personagem da trama das 9
Dona de uma carreira em ascensão, Isabella Santoni, 21 anos, ainda se questiona sobre o que tem de especial para as pessoas terem tanto interesse em sua vida. O estrelato veio rápido para a jovem nascida em Nilópolis, no Rio de Janeiro. Ela despontou na TV em 2014, como Karina, protagonista de Malhação Sonhos (Globo). Foi um verdadeiro estouro. Em 2016, deu vida à sua primeira vilã, Isabel, em Ligações Perigosas (Globo), e encara agora o desafio de viver Letícia, em A Lei do Amor. O comportamento mimado da personagem, recém-recuperada de uma leucemia, dividiu a opinião dos telespectadores, o que foi um aprendizado para Isabella que, sem medo de arriscar-se, interpretou uma menina homossexual na peça Cinco Júlias, com direito a beijo gay.
Como encarou as críticas iniciais à personagem? O que aprendeu?
As críticas me fizeram amadurecer. Foi difícil no início separar a personagem da atriz, fui entendendo que a história precisava ser contada dessa forma para Letícia mudar ao longo da trama. Ela passou por situações difíceis, não dava para sair ilesa.
O que tem escutado dos fãs nas ruas e nas redes sociais?
Minhas fãs me dão apoio, temos uma boa troca on-line. Sou conectada. Elas me impulsionam, é especial. Nas ruas, estão amando a mudança. No começo, as pessoas falavam que estavam doidas para vê-la apanhar, que merecia (risos).
A atriz precisou raspar a cabeça para a novela Você precisou raspar a cabeça para Letícia. Chegou a ser um problema?
Pelo contrário, me libertei de uma imagem que tinha de mim. Como atriz, as mudanças estéticas só me alimentam.
O que seu namorado, Lucas (Wakim, 22, estudante), falou quando te viu?
Antes de raspar, ele disse que ia amar a sensação do vento na cabeça. Lucas raspou a minha cabeça algumas vezes e eu a dele, e foi divertido. Estamos juntos há um ano e meio, nos conhecemos em uma festa. Foi amor à primeira vista, não nos desgrudamos mais.
Muitas mulheres aprenderam que a sensualidade não está no cabelo. Também pensa assim?
Sim, a verdadeira sensualidade vem de dentro e não de um padrão estético. O cabelo curto serve bem na correria do dia a dia.
Gravar vestida de noiva despertou em você algum desejo de se casar?
Pretendo casar algum dia, não sei se da forma convencional.
Isabella namora há um ano e meio
Nesses três anos de carreira, como a fama impactou a sua vida?
Não me sinto celebridade e espero nunca me sentir, tenho medo disso. A fama traz facilidades, são sempre muitos eventos, festas, pessoas... É um mundo de aparências. Uso o lado bom disso, que é poder proporcionar às pessoas que amo a realização do sonho delas, como levar a minha avó ao show do Roberto Carlos e a minha irmã à Disney. Tomo cuidado para não perder o meu propósito como artista, a minha sensibilidade e a minha essência, mas já me deslumbrei com a fama.
Chegou a fazer terapia para entender as mudanças à sua volta?
Nunca fiz terapia. O meu alicerce sempre foi a minha mãe — ela que puxa meus pés para o chão. Minha terapia é o teatro, faço parte do grupo Os Insubmissos e lá coloco as minhas angústias para fora.
Como é servir de exemplo para tantas meninas? Sente esse peso?
É estranho. Fico me perguntando o que tenho de especial para causar esse interesse...
Aos 21 anos, você sente-se mais menina, adolescente ou mulher?
Estou em fase de transição. Sei que sou adulta pelas responsabilidades que tenho, mas ainda não me sinto mulher.
Ela adora ir à praia e fazer trilhas em seu tempo livre
Considera-se feminista?
O feminismo é um movimento amplo, com várias correntes e posicionamentos diferentes, por isso não me sinto à vontade de dizer que sou feminista. Sou a favor do respeito ao próximo, isso inclui igualdade entre as pessoas, independente do sexo.
Pensa em voltar à faculdade de Artes Cênicas?
Optei por não continuar. Como já estou no mercado de trabalho, minhas necessidades para evoluir como atriz são mais imediatas e específicas, por isso faço fonoaudióloga e coach de interpretação. Espero me tornar uma atriz versátil, capaz de dar vida a qualquer personagem.
Consegue se colocar no lugar da Letícia? Já viveu uma paixão assim?
Sim, ela passou por um momento de insegurança e instabilidade durante a doença. É natural que ela se apegue ao que lhe dava força. Já amei a ponto de ficar cega, mas não sei se tão obsessiva assim (risos). A paixão faz isso, né? Nos deixa inconsequente e irracional.
O que quis imprimir nessa nova fase da personagem?
Quero mostrar que a Letícia está com mais ação, tomou as rédeas da vida: trabalha, está compreensiva com Thiago
(Humberto Carrão, 25), virou mulher. De vez em quando, ainda me pego no registro antigo da personagem, mais menina. É uma chave que ainda está virando.
Ela conta que seu novo visual foi uma libertação
E como é trabalhar ao lado de tantas feras da dramaturgia?
Eles me inspiram como atores e seres humanos, é uma honra trabalhar com esse elenco. Já conversamos muito, brinco que sempre rola um momento Marília Gabriela nos intervalos, pergunto sobre carreira, escolhas de trabalhos, como lidam com a exposição, filmes, livros...
Como definiria o seu estilo?
No meu dia a dia, sou prática e confortável. Uso muito jeans e tênis.
Tem feito atividade física?
Faço musculação duas vezes na semana com personal trainer, vou nos outros dias quando dá. Pratiquei esportes a vida toda, já fiz natação, vôlei, capoeira, muay thai e crossfit.
Como está cuidando da alimentação?
Perdi cinco quilos para compor a personagem – tenho 1,60m e 49kg. Cortei carboidrato, fritura, refrigerante e bebida alcoólica, mas saí da dieta quando fui à Semana de Moda de Paris e nunca mais voltei. A personagem já tinha passado pela etapa mais frágil, então não tinha o porquê de eu continuar sofrendo.
Quais são seus próximos projetos?
Vou fazer Bia, uma heroína romântica, forte e sonhadora no espetáculo
Léo e Bia, que estreia no dia 19 de março, no Rio. A peça é emocionante, divertida, as músicas do Oswaldo Montenegro são lindas. A história é sobre um grupo tentando viver de teatro em plena ditadura. Tenho me dedicado há um ano ao processo, é praticamente um filho. Uma obra repleta de simbologias.
Isabella diz ser conectadíssima: ela adora trocar mensagens com suas fãs nas redes sociais