Em entrevista para a CONTIGO! Novelas, Nicolas Prattes avalia seu papel na novela da Globoplay e expõe as grandes diferenças entre ele e Diego
Em Todas as Flores, novela do Globoplay, Nicolas Prattes brilha como o sofrido Diego Gomes. Em entrevista para a CONTIGO! Novelas, o ator abre o jogo sobre vingança e as semelhanças entre a própria história e a do personagem da trama.
“Inclusive é um dos personagens que as pessoas mais se identificam justamente por isso. Por esse sofrimento, por ter essa coisa do brasileiro de não desistir, mas que, meu Deus do céu, como é que a gente está conseguindo passar por isso? Mas a gente passa, porque a gente é brasileiro, a gente vai para frente. Eu sinto muito essa empatia do público neste lugar do sofrimento. E, sobre essa história de galã, eu nunca acreditei nisso, não, as pessoas que falam, deixa falar e vambora!“
“E não param de acontecer coisas com ele. Ele vai envelhecendo não no tempo, mas internamente, né? A solidão vira uma espécie de dor física para ele e isso vai até o capítulo final. Isso vai ficando cada vez mais forte, ele faz uma porção de coisas que ele não queria, mas se ele não for atrás da família dele, ninguém vai, só tem ele, né? E aí esse cara fará coisas que a mãe dele não gostaria, mas ele vai ter que fazer.“
“Acho que para o grande público pode parecer que sim, mas O Segredo de Davi, um filme que fiz, foi muito profundo também. Com o Alfredo de Éramos Seis também aconteceu muita coisa ali, emoções, profundidade, mas, claro, uma novela das 6 é um pouco mais leve. Em Todas as Flores, a coisa realmente tem mais densidade. Acho que é a história mais parecida com a vida real que já contei. A vida real é profunda, a gente sofre. É só você ligar em qualquer telejornal que você vê que a história não está sendo uma ficção, acontece aquilo ali todo dia. Eu ligo a TV e vejo ou uma mãe que teve um filho baleado ou um filho que perdeu a mãe para a covid-19. E acredito que a dor do Diego, mesmo que não seja exatamente a mesma história, passa para todo mundo que sentiu isso. E depois da pandemia de covid-19 está todo mundo com um buraco, seja ele em qualquer lugar do corpo, né? Acho que a empatia vem nesse lugar.”
“Eu tive bastante tempo para me preparar, então a base desse trabalho é muito sólida, o que me deixa muito seguro para separar as coisas. ‘Vamos trabalhar, acabou’. Essa facilidade de virar a chavinha com essa base que a gente construiu de maneira sólida, acredito que tem me ajudado. Porque é um estado que você tem que ter consciência do que está fazendo para sair, senão o negócio fica estranho.“
Ver essa foto no Instagram
“Vai, vai ter um amor. Mas é o que eu tenho dito, a vingança não é uma linha reta, ela é como se fosse uma floresta que você entra pela primeira vez. Depois que você fica muito tempo naquela floresta, você não lembra por onde entrou, porque todas as árvores parecem iguais. Acontece isso, ele está tão mergulhado naquela vingança que, de repente, dá um de ‘onde é que eu estou?’, ele se esquece, vai se esquecendo um pouco. Ele perde a identidade dele e tenta recuperar quem é, porque as coisas que o Diego tem que fazer o tiram muito da criação dele, mas ele fica dando tapa em si mesmo, falando que não é essa pessoa. Mas ele vai ter um amor, vai ter um afago no coração.”
“Não, tem muita distância do Nicolas para o Diego. Essa personalidade de guardar o que foi feito com você lá atrás para se vingar depois, eu não tenho. Ainda bem, porque acho que gasta muita energia você ser vingativo e guardar as coisas. Acho que não confiar nas pessoas gasta muita energia. Prefiro confiar nas pessoas, depois as deixo mostrarem quem elas são.“
“Consigo, porque é minha terapia. Eu tenho corrido muito. Eu saio das cenas, chego em casa e não consigo dormir. Fico muito acelerado em todos os trabalhos, mas nesse estou ficando um pouquinho mais. Eu saio e vou correndo, só ouvindo o meu pé bater no chão, sabe? E aí, eu vou acalmando, para depois estudar as cenas para o dia seguinte. É esse ciclo eterno. E correr é o que me deixa saudável para trabalhar, me deixa recarregado energeticamente. Tem dia que eu saio para correr 20 minutos e tem dia que eu saio para correr uma hora. Teve um dia que fiz uma cena pesada, aí tive que sair correndo quase como um Forrest Gump (risos).”