Ele defende que a carreira de ator tem muita ralação e zero glamour. E, diferentemente de seu personagem na série, não entraria em um reality show
Nem a gravação dentro de um duto de ar-condicionado tirou o bom humor de Erom Cordeiro, 39 anos, intérprete do idealista e destemido Sérgio de Supermax (Globo). "Foi muito cansativo, tive de engatinhar, mas a gente se divertia. Durante cinco meses intensos, quando as gravações acabavam, eu só queria cama", revela o ator, natural de Maceió, Alagoas. Com um formato inédito na TV aberta, a série de 12 episódios flerta, entre outros gêneros, com o suspense, o terror e a ação. "Essa brincadeira de ser um reality show que vai se transformando é interessante. Assisti agora aos episódios e realmente a coisa se torna tensa, muita coisa vai acontecer. Eu mesmo fiquei nesse estado de espectador, fisgado", revela. Seriemaníaco, Erom adora fazer maratona de suas atrações preferidas. E, com tantos anos de estrada, consegue separar o personagem de sua vida. “Mas não sei se teria tanto sangue-frio quanto o Sérgio. Ele é bem racional e tem rompantes de agressividade dentro da trama. Essa questão de querer saber onde se está pisando pode ser até um pouco parecido comigo. Só que nunca participaria de um reality show”, afirma ele, sem saber o que faria com o prêmio de 2 milhões de reais oferecido aos participantes de Supermax. "Dá para fazer muita coisa e ficar tranquilo por um bom tempo", afirma.
Em cena, Erom exibe o corpo enxuto e musculoso, resultado de suas idas à academia e de corrida, seu vício. “Para além do benefício físico, é um momento de esvaziar a cabeça e relaxar”, justifica ele, bom de garfo. “Às vezes, não me privo de muita coisa. Mas, no geral, não gosto de comer besteira, prefiro alimentação balanceada”, diz. Chegar à casa dos 40 anos não é motivo de preocupação para ele. “Claro, eu me sinto como uma estrada percorrida, mas ainda tenho muito pela frente”, defende. A idade foi deixando Erom calejado, como costuma ressaltar. “Aos 20 existe uma ansiedade maior. Hoje, as coisas ficam mais sob controle. Vejo a idade bem-vinda. É a ordem natural das coisas.”
Solteiro, o ator diz que está tranquilo e sossegado FUGA PARA A NATUREZA
Egresso do teatro, Erom descobriu a paixão pela arte logo cedo, por meio de um curso profissionalizante. Aos 15, fez a sua primeira peça em Maceió e logo veio a vontade de cursar Artes Cênicas no Rio de Janeiro, cidade que o recebeu dois anos depois. “No início, sempre é difícil. A vida de ator é ralação, sempre. Inclusive, vai ficando mais intensa. Não é nada glamouroso como pensam. Isso para mim não existe, acredito no trabalho”, reflete. E, mesmo tendo no palco o seu esteio, o local onde se sente mais à vontade e gosta de passear sempre que pode é na TV e no cinema. “É saudável”, atenta. E a agenda dele está sempre cheia.
Erom estreou duas montagens este ano, gravou a série Natureza Morta (Cine Brasil TV), está no elenco de A Vida Secreta dos Casais (HBO), do filme É Campeão e por aí vai... “O trabalho acaba tomando conta de uma grande parte do meu tempo. Entre um projeto e outro, gosto de colocar o carro na estrada e ir para algum lugar no meio do mato. Esse contato com a natureza me equilibra, adoro cachoeira. Sempre que posso dou uma fugida”, entrega. Solteiro, garante estar tranquilo. E o motivo é simples: “A gente não manda no destino”