Fernanda Takai, vocalista da banda, contou que eles trouxeram muitos 'instrumentinhos' novos para a continuação do projeto, que agrada até os velinhos!
Por quê não colocar vozes de criança, um teclado que tem miados ou até tocar algo que tenha sons de um galo cantando? Para o Pato Fu,Severina Xique-Xique, de Genival Lacerda, Every Breath You Take, do The Police, Palco, de Gilberto Gil, e mais algumas outras músicas podem tudo! E, no mais novo trabalho deles, o Música de Brinquedo 2, os arranjos ganharam um novo universo e até músicos novos. "A intimidade com os instrumentinhos e os brinquedos ajuda, mas cada novo arranjo requer um tanto de tentativa e erro. Juntamos novos brinquedos, miniaturas e novos músicos, inclusive, o Glauco Mendes (bateria) e o Richard Neves (teclados). Acho que, em termos técnicos, a gente aprendeu a melhor foi a extrair o som deles. Microfonação, instalação de cabos pra conectar ao sistema de palco, essas coisas", afirma Fernanda Takai, vocalista que é casada com John Ulhoa, também da banda, e é mãe de Nina.
No primeiro disco, lançado em 2010, os papais orgulhosos gravaram a filha cantando, mas, desta vez, as vozes infantis foram feitas pelos filhos de alguns fãs mais velhos da banda. "Imaginamos que os pais fossem vibrar muito, até mais que as crianças! Acho que isso acabou acontecendo... mas os pequeninos também conheciam e já gostavam do Pato Fu." Confira o papo exclusivo:
A capa do novo disco
CONTIGO - Por que vocês resolveram fazer uma segunda edição do Música de Brinquedo
? Já estava planejado ou ele foi rolando?Desde que lançamos o primeiro, todo mundo cobrava da gente uma sequência, mas
tínhamos vontade de realizar outros projetos musicais, como o álbum de estúdio
Não Pare Pra Pensar, meu disco solo Na Medida do Impossível, a trilha sonora do
espetáculo do Giramundo, Aventuras de Alice no País das Maravilhas,
meu DVD gravado no Inhotim, lançado há poucos meses... Ufa! Quando percebemos, já
havia sete anos que estávamos colhendo os frutos de um disco lançado em 2010!
Nesse tempo todo, em meio aos outros espetáculos, nunca deixamos de fazer os
shows do Música de Brinquedo.
CONTIGO - O que levou a lançar a segunda edição depois de sete
anos do primeiro ?
Acredito que tenha sido a nossa vontade de montar um novo repertório e um novo
show, na verdade. O Pato Fu é uma banda muito inquieta pra ficar fazendo sempre a
mesma coisa (risos).
Os instrumentinhos são todos realmente de criança, até nos shows!
CONTIGO - Como foi a escolha das músicas? Como foi a preocupação
com o conteúdo e o entendimento das crianças?
A gente não considera o Música de Brinquedo um álbum para os pequenos apenas.
Os primeiros critérios atendem a um público adulto: as canções tem que ser
muito conhecidas, ter arranjos emblemáticos e terem temas divertidos ou
instigantes. Para as crianças gravarem, sempre nos preocupamos com que as
partes sejam simples, coisas curtas.
CONTIGO - E na hora de tocar as canções... Como escolheram os
instrumentos que funcionavam? Foi difícil ou pegaram experiências do primeiro
disco?
A intimidade com os 'instrumentinhos' e brinquedos ajuda, mas cada novo arranjo
requer um tanto de tentativa e erro. Juntamos novos brinquedos, miniaturas e
novos músicos inclusive, o Glauco Mendes (bateria) e o Richard Neves (teclados). Acho que, em termos técnicos, a gente aprendeu a melhor foi a extrair o som deles. Microfonação, instalação de cabos pra conectar ao sistema de palco, essas coisas...
CONTIGO - Qual foi a faixa mais difícil/complicada de produzir?
Acho que Palco tem um arranjo bem conhecido que não é simples de
ser executado exatamente como o original, mas o resultado ficou tão bom que
resolvemos abrir o disco com ela.
"Saiam do celular, garotada", brinca a banda!
CONTIGO - A Nina participou de novo das gravações? Como foi gravar
com ela novamente? Notaram alguma evolução musical nela?
A faixa que Nina e Mariana participaram foi gravada há mais tempo para um
projeto do João Cavalcanti do Casuarina, através do disco Toda Cor, pela
inclusão de crianças com Síndrome de Down. O que fizemos foi regravar a parte
instrumental com os novos músicos. Acho que naquela época elas já estavam com
nove anos. No primeiro disco tinham entre seis e sete anos... a voz muda
demais.
CONTIGO - Vocês fazem questão de incentivá-la a tocar algo,
cantar? Como é a educação musical dela?Deixamos isso bem livre pra ela se envolver como achar mais natural. Temos
muito apreço pelas artes em geral, não apenas a música. Durante muito tempo
Nina se dedicou à dança e hoje tem desenhado bastante, feito cursos sobre as
técnicas diferentes que existem. Acredito que a inclinação por alguma expressão
artística comece intuitivamente, aí então podemos dar suporte a elas como pais.
CONTIGO - Como foi a decisão de chamar crianças filhas de fãs para
gravar as músicas?Imaginamos que os pais fossem vibrar muito, até mais que as crianças! Acho que
isso acabou acontecendo... mas os pequeninos também conheciam e já gostavam do
Pato Fu. Foi um momento muito precioso: documentar uma relação de uma
verdadeira amizade através da música.
CONTIGO - Vocês viram crianças nas gravações ou precisam ser mais
adultos para controlar a galera na bagunça?Mantemos nossa postura adulta embora todos aqui no Pato Fu saibam se divertir
demais quando estamos gravando ou nos apresentando ao vivo. Acho que isso é uma
verdadeira realização de nossa vocação tanto como músicos, quanto como pais e
figuras de referência para tanta gente.