Primeira protagonista “Dá muito frio na barriga. O protagonista te dá a linha, é a história deles que você vai conhecer do início ao fim, diferente dos personagens secundários. Pra mim, são apenas funções diferentes. Eu venho do teatro de grupo e foco em contar a história que depende de todo mundo. Nós viramos uma pequena trupe.”
Parceria com Tony “Se você perguntar para o Cauã Reymond ou para a Renata Sorrah, a resposta vai ser a mesma. O Tony Ramos é um encanto, ele é acima da média. Ele é muito de verdade. Ele me deixou muito tranquila desde o começo. Eu senti como se já o conhecesse. Durante seis meses da minha vida, eu o vi todos os dias, oito horas por dia. Eu via mais o Tony do que minha própria mãe. Ganhei um amigo pra vida. Ele é a pessoa que liga para saber de você, não manda WhatsApp.”
Misticismo “Não tenho este lado místico da série, não. Tenho algumas pequenas superstições, claro, como entrar com o pé direito no avião. Mas isso não significa que não acredito que não exista nada além do óbvio.”
Vídeo Show “Já fez um ano que eu saí do Vídeo Show, mas qualquer entrevista que dou, ainda falam disso. Isso tem um lado maravilhoso, sentir que seu trabalho marcou as pessoas. Porém, aqui no Brasil, eu sinto que a gente tem uma dificuldade de lidar com mudança. As pessoas demoram para assimilar que já passou.”
Paixão pela dramaturgia “Eu só me lembro de querer ser atriz. A gente vai crescendo e se apaixonando por outras áreas, mas para mim, tudo foi se afirmando. Eu sou muito feliz apresentando, também curto moda, política, mas já fazia muito tempo que eu não conseguia trabalhar como atriz. Eu sentia tanta falta que aquilo me deixava triste. Eu posso voltar a apresentar um dia e as pessoas me cobram bastante, mas quero focar em atuar agora.”
Programa da Monica “Se eu fosse ter um programa, teria o mínimo de roteiro possível. As coisas interessantes que as pessoas querem dizer estão no cotidiano, na surpresa, no dia a dia. Gostaria de ter conversas muito francas, esquecendo que estamos num estúdio, fingindo que estamos na sala de estar ou na mesa do bar. Eu preciso sentir que estou conversando, se eu me sinto engessada, não rende.”
Sincera demais? “Se eu não fosse uma pessoa pública, eu postaria exatamente as mesmas coisas. Não quero mudar quem eu sou só por trabalhar na televisão. Eu realmente prefiro que as pessoas me vejam bêbada numa festa do que ter de me preocupar em não ficar bêbada numa festa. Eu sou uma pessoa como qualquer outra. Não sou exemplo de nada! O meu trabalho é o meu trabalho, a minha vida pessoal é só minha.”
Redes sociais “Tive duas razões principais para deixar as redes. Me dei conta que passava muito tempo ali. Acho que a internet acaba nos engolindo sem que a gente perceba. Eu sou uma pessoa que fala muito de temas preciosos para mim: política, justiça, igualdade social, direitos das minorias. Estamos vivendo um momento muito assustador, as pessoas estão intolerantes. Discursos de ódio por qualquer motivo. Achei importante ter esses momentos de respiro, para colocar a cabeça no lugar. Eu precisei dar um tempo.”
Melhor companhia “Estou solteira depois de bastante tempo comprometida. Sou muito de namorar, costumava emendar relacionamentos longos. Acho que agora foi uma opção que faz parte do meu processo de maturidade. Eu precisava estar sozinha. Por mais que tenham pessoas incríveis em volta de você, e eu tenho sorte de sempre ter tido isso, eu queria redescobrir o prazer de estar comigo. Pretendo seguir solteira, mas não significa que eu não possa mudar de ideia. Estou me esforçando para ficar sozinha.”
Compromisso “Eu não penso em casamento, não. Quando a gente é menina, sempre sonhamos em casar, ter filhos. Um relacionamento a longo prazo, alguém que você escolhe pra dividir a vida, é algo muito sério e complicado. Você tem que estar muito disposto, eu não me vejo pronta. As pessoas que me cercam não forçam isso, não sinto esta pressão. Tenho muitas amigas casadas que já decidiram não ter filhos. Talvez eu me case, talvez eu seja mãe, talvez não e... Tudo certo!”
Maturidade “Não acho que idade é só um número. A gente tende a ter um olhar negativo sobre a maturidade e eu tento fugir muito disso. Quem trabalha com TV tem que tomar muito cuidado. Quando você passa por esta exposição, existe uma cobrança de que você não pode envelhecer. Eu fujo dessa armadilha. Você não precisa ser uma mulher que, para parecer linda, deve aparentar ter 10 anos a menos. É lógico que, com 35, meu corpo não é mais o mesmo dos 18. Dizem que você tem que malhar, passar mil e um produtos, fazer procedimentos. E não é isso que eu quero para a minha vida. Não quero ter de ir todos os dias para a academia nem deixar de comer chocolate quando estou com vontade.”
Machismo “Eu entrei na TV pelo CQC e trabalhar cercada de homens me deixou aprender muito. Eu fiquei mais casca grossa. Em Brasília, foi mais difícil. É um ambiente muito masculino e machista. No último ano, começou a pesar demais. Era difícil levantar para trabalhar. Quando você está por dentro das notícias, já é muito pesado. Quando você está nos bastidores da notícia, fica pior ainda. Eu saí esgotada, precisei me reorganizar. As pessoas boas que estão lá há tantos anos, seja na política ou na imprensa, são guerreiras e protegidas. Não acreditava em energia ruim até entrar no Congresso Nacional.”
Sonhos “Acho que meu sonho é continuar trabalhando e fazendo papéis incríveis. Se vai ser numa série ou na novela das 9, pouco importa. O ator que se preocupa com o ofício e não com a fama está atrás de papel bom. Se algum dia fizerem um remake de Vale Tudo e não me chamarem para fazer a Heleninha Roitman, eu ficarei eternamente magoada com este autor e diretor. Eu abriria mão de qualquer coisa por isso.”