Uma das maiores celebridades mexicanas, Lucero estrela a novela Carinha de Anjo (SBT), que acaba de estrear, fala da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e festeja o sucesso por aqui
Com um sorriso de orelha a orelha, a diva mexicana Lucero, 47 anos, define sua mais recente temporada no Brasil – foram quase duas semanas em São Paulo –, com uma gíria local: “Foi mara!” A estrela esteve no país para encarar o desafio de brilhar em sua primeira novela brasileira, Carinha de Anjo, do SBT. Na trama, que estreou na segunda (21), ela é Tereza, mãe da protagonista, Dulce Maria, vivida por Lorena Queiroz, 5. Há 36 anos no showbiz, o invejável currículo de Lucero soma dez novelas e sete filmes, além de uma bem-sucedida carreira como cantora. Ela já gravou 22 álbuns de estúdio e três ao vivo, que, juntos, venderam 27 milhões de cópias. Em um papo animado com a CONTIGO!, Lucero falou sobre o primeiro trabalho no país, a importância da mãe para sua carreira e pediu respeito ao povo mexicano.
Experiência no Brasil “Está sendo incrível, sou muito agradecida. É uma oportunidade maravilhosa participar de uma novela em português, no Brasil, feita por brasileiros, com atores e atrizes do país. É uma porta que se abre de um jeito maravilhoso. Os fãs que tenho desde sempre me dão tanto amor, além de uma quantidade enorme de presentes que eles fazem, compram... Nem cabe nas malas! Receber esse carinho faz com que me sinta em casa. Além disso, as pessoas do SBT são como uma família e me sinto muito bem entre eles.”
Dificuldade com a gramática “Não é fácil falar português. Eu sei que o brasileiro gosta muito do espanhol e entende bem, mas queria aprender a Língua Portuguesa para conversar com vocês de igual para igual. No entanto, se eu passar mais dias no Brasil, ao invés de aprimorar o português, fico mais confusa (risos). Porque ouço tantas palavras novas, tento falar rapidinho e acabo me confundindo. Trata-se de um desafio não só para a minha carreira, mas para a minha vida também.”
Mãe e heroína “Devo tudo o que tenho à minha mãe (Luz María León, 73), que é também minha empresária. Quando criança, eu dizia que queria ser famosa e ela deixava aquilo de lado, mas insisti tanto que deu certo. Minha mãe sempre me apoiou, mas não queria que eu perdesse a minha infância. Ela pedia aos responsáveis da TV para que eu tivesse tempo de estudar, brincar, me divertir. Ou seja, cuidava da minha vida pessoal, me preservava. Às vezes, os pais querem que os filhos sejam famosos e as crianças nem desejam isso. Mas, mesmo assim, empurram os pequenos para concretizar o que eles não foram capazes de ser. Minha mãe respeitava muito a minha vontade de ser atriz e cantora, mas sabia que eu era uma pessoa. Ela tem muito respeito pela mulher que eu sou, nunca me viu como produto.”
Amor pela carreira “Eu tenho que me apaixonar por um projeto para me envolver nele. É uma mistura de muitas coisas: inteligência, talento, disponibilidade para conseguir uma carreira longa, força. Eu já tive oportunidade de fazer de tudo. Hoje, só queria ter mais tempo de viver e saúde para continuar trabalhando. É uma bênção fazer o que gosto e ter aceitação e carinho de todos. Adoro meus filhos, minha família e o meu tempo de liberdade para descansar, ter uma vida comum e normal. Mas a minha carreira também é um compromisso, uma responsabilidade que quero manter. Muita gente pensa em parar depois de tantas conquistas, mas eu quero seguir amadurecendo.”
Música brasileira “Gravei as canções para a trilha sonora de Carinha de Anjo e isso fará com que o público conheça minha voz, meu estilo. Eu gosto da música brasileira, sempre ouvi muito. Elis Regina (1945-1982), Caetano Veloso (74), Gal Costa (71), Maria Bethânia (70). Vocês têm tantos artistas de qualidade, não precisam de mais ninguém. Mas eu quero fazer do Brasil parte de mim.”
Família anônima “Meus filhos (João Emanuel, 14, e Lucero, 10) gostam mais da vida privada, da intimidade. Às vezes, quando os pais são famosos, os filhos pegam um pouco disso, é normal que eles estejam expostos em fotos ou revistas. Eu respeito o anonimato deles, a vontade de não serem populares. Eu os apoiaria em qualquer circunstância, se quisessem ser médicos, advogados, policiais. Eles não querem ser uma sombra de mim.”
Orgulho latino “Para nós, mexicanos, a eleição de um candidato como o Donald Trump (70), não é fácil, pois ele falou muitas coisas ruins sobre os imigrantes e, principalmente, sobre os mexicanos. Eu sempre digo para os meus filhos que as coisas que não conseguimos mudar, precisamos aceitar. Temos de ver a realidade. Eu quero continuar trabalhando e fazendo bem o que eu faço para mostrar que os mexicanos precisam ser respeitados. Nós somos pessoas tão boas como as de qualquer outra nação e não merecemos discriminação. Não fico brava ou revoltada, não sou cidadã americana, mas quero mostrar que nós merecemos respeito.”