Na vida pessoal, mais mudanças, novos ventos. Renata está redescobrindo-se, recompondo-se há um ano, após a separação do diretor Edson Spinello, com quem ficou por 12. A sensação de liberdade a assusta, não nega. “É um enigma que estou decifrando agora. Achava que não conseguiria ficar solteira, mas está sendo importante para mim como mulher. Estou me colocando à prova a toda hora, conhecendo o que é não dar satisfação para ninguém. É estranho (risos). É um crescimento pessoal e uma volta por cima, e a Sirlene também vive isso – não acredito em coincidências.”
Renata reconhece a importância de seu momento atual. Esse reencontro consigo mesma pode ser fundamental para as suas escolhas no futuro. “Estou sendo menos do que outros esperam de mim. Pessoas ímpares formam bons pares. Quero estar bem-resolvida para tomar uma decisão definitiva. Acredito que a vida pode ser mais leve quando você divide com alguém e espero encontrar ainda esta pessoa”, opina a atriz, que, caseira, não troca uma série ou um jantar a dois por balada. Entretanto, tem se permitido sair com as amigas sempre que pode. “Elas não entendem essa minha dificuldade em estar solteira. Antes, até reclamavam que eu sumia, agora não tenho desculpa.” Cria da TV, Renata estava com saudade dessa correria louca. “Estou morando com minha mãe, vendo apartamento para mim, está tudo acontecendo simultaneamente. É mudança em todos os sentidos.”
Paradoxal
Mesmo tendo se decepcionado com César, Sirlene é batalhadora e vai dar a volta por cima na trama das 6. “Também sonho em construir uma família, o meu exemplo vem de casa. Ela é pai e mãe ao mesmo tempo, o que é a realidade de várias mulheres. Sirlene é uma carta na manga para os autores, podendo dar uma reviravolta à trajetória do vilão”, torce a atriz. Para a personagem, Renata alongou as madeixas e adorou. “A minha fisionomia muda, o que para mim é ótimo, porque cada personagem tem o próprio DNA. Não sou apegada.” Falante e expressiva, jura que, quanto mais tímida estiver, mais extrovertida fica. Isso mesmo! “Acho aterrorizante ser avaliada ou estar em locais com pouca gente, é difícil expor meus sentimentos. Sei que sou toda paradoxal, minhas amigas dizem que preciso ser estudada (risos).”
Efeito sanfona
Dona de uma silhueta impecável, Renata já brigou com a balança, afinal de contas, não esconde que adora comer. Quando não está trabalhando, até chuta o balde. No ar, a situação muda completamente: é radical, vira caxias mesmo, fazendo exercícios com personal trainer todos os dias – faça chuva ou sol. Diz que, depois dos 30, começou a penar para perder os quilinhos indesejáveis. “Antigamente, perdia rapidamente. Para ter resultado, hoje, só com persistência. Como tenho retenção de líquido, tenho de fazer drenagem também”, explica. Mesmo sendo tão ativa, não é fã de academia. Ah, o que a tira da dieta é chocolate. “E sou viciada em beber água, de 5 a 6 litros por dia!” Já quando o assunto é pele, experimentou recentemente um tratamento a laser pela primeira vez. “Sou cuidadosa, não vaidosa, obcecada”, atenta Renata, sem descartar o botox no futuro. “Vou usar quando o meu desconforto for maior do que o meu medo de usar. O close é o meu cartão de visitas. Não sou contra, só tem de fazer para ficar o mais natural possível.”
Sucesso no Equador
A primeira vez que Renata teve contato com uma plateia foi ainda no colégio, ao ser oradora de sua turma no antigo C.A. “Estava tão nervosa que decorei o discurso inteiro, fixei em um ponto do horizonte e falei tudo de uma vez, sem olhar para ninguém.” Na verdade, sonhava em ser Paquita. Só que acabou virando, por acaso, apresentadora de televisão no Equador na década de 1990, quando morou no país com a família. E fez o maior sucesso por lá! “Não voltei ainda. Vira e mexe, recebo mensagens e me emociono. Quando as pessoas iam me conhecer, ninguém dava nada por mim, agora me dá um microfone... é muito doido!”, relata.
Porém, nem tudo foi fácil na vida de Renata. Entre 2004 e 2005, ela passou por um dos momentos mais difíceis de sua vida, ao enfrentar a síndrome do pânico. A superação veio com a ajuda de terapia e força de vontade. “Foi um pedido de socorro do organismo, é emocional. Adquiri um autoconhecimento que nunca tinha tido. Saí mais forte desse quadro, não foi fácil. Aprendi a dizer não, a me posicionar, a não engolir desaforo. Adquiri maturidade e comecei a me respeitar. Sempre coloquei o outro à frente de mim. Perdi o medo de ter medo, tem cura.