Alinne Moraes se posiciona sobre beijo gay cortado em novelas: 'Censurados'

Alinne Moraes, 42, demonstrou seu descontentamento com o retrocesso do desenvolvimento de narrativas queer nas novelas nas últimas duas décadas. A atriz interpretou Clara em Mulheres Apaixonadas (2003), uma personagem lésbica, e passou por episódios de preconceito dentro e fora das telas por conta da postura progressista da produção.

Em Guerreiros do Sol, nova novela global que estreia no Globoplay nesta quarta-feira (11), ela vive mais um papel homoafetivo. 

O que pensa Alinne?

Em coletiva de imprensa para divulgação do folhetim, Alinne falou o que pensa sobre os vetos feitos pela própria Globo. A emissora censurou beijos em duas de suas tramas recentes: Terra e Paixão e Vai na Fé, ambas de 2023. 

"As coisas mudaram, mas quando damos cinco passos para frente, parece que damos dez para trás. Eu me lembro que quando coloquei no TBT a Clara e a Rafaela, uma geração mais nova me perguntou: 'Mas e o selinho?'”, refletiu a artista sobre o tratamento de determinadas pautas no meio televisivo. ”Agora, em 2025, os selinhos estão sendo censurados", completou. 

Alinne ainda comentou sobre sua percepção pessoal deste assunto e como isso será representado na nova novela, que também passará na TV aberta pelo Globoplay Novelas, o antigo canal Viva. "Se você me perguntar se andamos para frente depois de 20 anos eu não sei te dizer. Mas gravamos muitas cenas [de beijo e romance], elas são um casal que se amam", pontuou.

Mulheres nas telinhas

Na trama, ela interpreta Jânia, uma mulher alfabetizada e com ideias liberais para o Sertão da década de 1920 em que vive. Casada com Idálio (Daniel de Oliveira), Jânia se envolve com Otília (Alice Carvalho), com quem cultiva um romance proibido a partir de uma amizade. 

"As mulheres eram tratadas realmente como objetos, posse masculina. A Jane é uma mulher que leva uma vida nova, um entendimento diferente para essas mulheres sertanejas. No início ela é muito submissa, como todas na época, mas durante essa guerra do cangaço ela se vê ali necessitando se posicionar. Quando ela encara e abraça a mulher guerreira e revolucionária que ela é. A luta dela é muito bonita", finalizou Alinne Moraes.

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