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Ator pornô desabafa sobre bastidores da profissão: 'Só de pensar em sexo me dava ansiedade’

O ator pornô, Arthur Velvet, desabafa sobre bastidores da profissão e como isso acabou deixando ele com burnout

Everton Henrique
por Everton Henrique

Publicado em 03/06/2025, às 16h03

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Ator pornô desabafa sobre bastidores da profissão: 'Só de pensar em sexo me dava ansiedade’ - Reprodução/ Instagram
Ator pornô desabafa sobre bastidores da profissão: 'Só de pensar em sexo me dava ansiedade’ - Reprodução/ Instagram

Em 2019, Arthur Velvet começou uma jornada transformadora que o levou a abandonar o mundo corporativo para se lançar no universo da indústria pornográfica. Desde a juventude, já compreendia sua bissexualidade e sentia prazer em ser observado durante suas experiências sexuais. O convite para atuar em um filme adulto veio de forma inesperada, por meio de uma atriz que conheceu em uma casa de swing em São Paulo. O cenário dessa mudança era marcado por uma decoração provocante e luzes intermitentes – o prenúncio de uma vida menos convencional.

Na época, ele levava uma rotina dupla: trabalhava com marketing e comércio exterior, apesar de ser formado em filosofia e sociologia nos Estados Unidos. A frustração com a carreira “tradicional” e o esgotamento mental, causado pela pressão constante, o fizeram questionar seu caminho. “Trabalhar das nove às seis? Com duas horas no trânsito? Isso ia ser minha vida?”, lembra em entrevista a GQ. Arthur sabia que queria mais, ou melhor, queria diferente. Como ele mesmo disse com ironia: “Eu sou muito gostoso para passar por isso”.

A estreia no pornô foi feita sem cachê, motivada unicamente pelo desejo de se exibir. “Eu fui por exibicionismo”, conta. O rosto visível e o uso do nome verdadeiro geraram milhões de visualizações e, embora isso não fosse abertamente comentado no escritório, ele sentia os olhares dos colegas. Logo depois, o OnlyFans surgiria como uma plataforma revolucionária e o impulso necessário para Arthur abandonar de vez a vida anterior. A nova rotina, entretanto, não era isenta de desafios. Gravações intensas, pressão por desempenho e a necessidade constante de excitação acabaram cobrando seu preço: “Pensava: ‘vou ter que gravar, vou ter que gravar’... Só de pensar em sexo, me dava crises de ansiedade”.

O desgaste emocional o levou a buscar ajuda terapêutica e até medicação. Ele relata o impacto da profissão em sua intimidade: “Às vezes, estou transando com alguém que tenho uma relação amorosa e percebo que estou fazendo uma performance para uma câmera invisível”. A linha entre prazer pessoal e trabalho se embaralhava perigosamente. Para retomar o equilíbrio, precisou dar uma pausa nas gravações. “Fiquei mais de um mês sem gravar, o que é muito para mim. Sem gravar, eu não ganho nada”, reconhece.

Hoje, Arthur se encontra em um momento de maior estabilidade emocional e com planos para o futuro. Quer estudar psicologia e trabalhar com profissionais do sexo. “É uma classe que acaba sendo muito marginalizada e com preconceito”, afirma o criador de conteúdo. Ele não pretende apagar seu passado — afinal, seus amigos, sua vivência e até sua força vêm justamente dessa trajetória corajosa e, muitas vezes, solitária.

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