Como estão as vítimas do ônibus atingido por avião? Feridos podem estar em apuros

Uma tragédia amanheceu os paulistanos nesta sexta-feira (7). Durante o horário de rush em São Paulo, um avião modelo Beechcraft King Air F90 caiu na Avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, zona oeste da cidade, e atingiu um ônibus municipal que circulava pela região no momento da queda. Por enquanto, foram registradas duas mortes e seis pessoas feridas. Uma das vítimas fatas foi o dono da aeronave, o advogado e professor universitário Márcio Louzada Carpena.

Mas por enquanto se sabe muito pouco sobre as pessoas que estavam a bordo do ônibus que foi atingido. Porém, segundo o psicólogo Alexander Bez, é possível que essas vítimas não só estejam feridas fisicamente, mas também emocionalmente. "A principal palavra aqui é trauma, e também estresse pós-traumático", começou o profissional.

Como estão as vítimas do ônibus atingido por avião?

De acordo com o especialista, pode ser que muitos dos passageiros desenvolvam um forte medo de viagens de avião e até mesmo de ônibus. "Nesses casos, é comum desenvolver sintomas de transtorno de estresse pós-traumático. Isso pode se manifestar ao precisar viajar novamente, levando a evitar a viagem, alterar o meio de transporte ou sentir ansiedade intensa. Por exemplo, alguém que sofreu um acidente de ônibus pode optar por viajar de carro. Quem passou por um acidente aéreo pode preferir ônibus ou outro meio de transporte", explicou.

Bez ainda diz que, mesmo que alguma vítima não tenha sido atingida fisicamente, ela pode sofrer com os danos psicológicos de um acidente: "Apesar de não ter sofrido o impacto físico do acidente, você esteve envolvido emocionalmente e escapou da tragédia, assim como outras pessoas".

Alguns podem até mesmo evitar fazer qualquer tipo de viagem: "Isso pode ser um comportamento temporário, sazonal ou até definitivo, dependendo da gravidade do trauma e da predisposição da pessoa à ansiedade".

Transtorno de estresse pós-traumático

O psicólogo explica que esse tipo de transtorno é um derivado da ansiedade e pode agravar o caso de alguém que já sofre com uma condição psicológica. Por exemplo, alguém com depressão pode sofrer impactos ainda mais negativos na saúde mental após um trauma como um acidente.

"Outros sintomas incluem pesadelos, insônia e revivescência do trauma. Isso significa que a pessoa pode ter sonhos recorrentes com o acidente ou situações similares, fazendo com que o evento traumático seja revivido constantemente", disse Bez.

Por fim, o psicólogo deu dicas de como lidar com o estresse pós-traumático?

• Evite situações que intensifiquem o medo: se for viajar de avião, escolha uma aeronave maior. Se for de ônibus, prefira empresas reconhecidas. Se for de navio, um modelo maior pode trazer mais segurança psicológica
• Prefira meios de transporte mais seguros: ambientes amplos reduzem a sensação de claustrofobia. Algumas pessoas podem descobrir que têm esse medo apenas ao viajar em aviões pequenos, mas não sentem desconforto em aeronaves maiores
• Evite promoções suspeitas: passagens muito baratas ou de empresas desconhecidas podem indicar menor segurança. Isso vale para qualquer transporte: ônibus, navio, avião ou trem.

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