Bento Ribeiro falou sobre o impacto do vício em drogas na sua vida, incluindo como o uso de substâncias afetou sua vida pessoal e profissional
Há alguns dias, Bento Ribeiro chamou a atenção dos fãs nas redes sociais ao falar abertamente sobre sua luta contra o vício em drogas. O ex-apresentador da MTV, que já foi internado em uma clínica de reabilitação, contou mais detalhes do impacto do uso de substâncias em sua vida pessoal e profissional. Em entrevista à Contigo!, Dr. José Fernandes Vilas faz alerta sobre a questão e fala sobre os sinais que devem chamar a atenção.
"Alguns sinais importantes incluem: negligência de responsabilidades (trabalho, estudos, família), mudança de humor e comportamento (irritabilidade, isolamento), tolerância (precisa de doses maiores para sentir o mesmo efeito), abstinência (sofre sintomas físicos/psicológicos ao parar), perda de controle (usa mais do que pretendia) e continuidade apesar das consequências negativas. Esses critérios fazem parte do diagnóstico de transtorno por uso de substâncias segundo o DSM-5", explica.
"Mesmo após a abstinência, o risco de recaída persiste — é uma doença crônica, com remissão e recaída. Os tratamentos incluem: terapia cognitivo-comportamental (TCC), grupos de apoio (como Narcóticos Anônimos), medicações (antidepressivos, antipsicóticos, estabilizadores do humor, entre outros, cada um de acordo com cada paciente) e abordagens integrativas (yoga, musculação, práticas de contemplação da natureza, suplementação para melhorar os índices dos exames de sangue e suporte familiar). A atenção deve ser redobrada especialmente em momentos de estresse emocional, isolamento ou exposição a gatilhos. A vigilância contínua é parte essencial da manutenção da sobriedade", destaca.
Em seu podcast Ben-Yur, Bento Ribeiro destacou que se tivesse continuado com o uso de substância, ele "já tinha morrido". À Contigo!, o psiquiatra destaca que esse é um relato extremamente comum entre pacientes com dependência química: "A frase 'tomava para viver' revela a inversão completa da lógica do prazer — a substância deixa de ser usada para 'sentir algo bom' e passa a ser usada para 'não sentir algo ruim'. O cérebro, especialmente o sistema de recompensa (dopamina), se reconfigura: o uso passa a ser necessário para manter o funcionamento básico, e não apenas para buscar prazer. Isso é chamado de neuroadaptação".
"A dependência química aumenta o risco de morte mesmo sem overdose direta. Eis algumas formas: depressão do sistema imune (mais infecções), desnutrição e alterações metabólicas (doenças hepáticas, pancreáticas, cardiovasculares), acidentes (sob efeito, o risco de acidentes graves é altíssimo), suicídio (comum em estágios avançados) e insuficiência orgânica progressiva (especialmente no álcool)", acrescenta.
Além disso, o Bento Ribeiro contou que a mudança de hábitos em sua vida contribuiu com a luta contra o vício. Com alimentação saudável e rotina de exercícios, o ex-apresentador da MTV segue se esforçando para não ter recaídas.
"Essa parte do relato do Bento Ribeiro é valiosa e cientificamente respaldada. Exercícios físicos: modulam dopamina, serotonina e endorfinas — essenciais para o controle do craving e melhora do humor. Alimentação anti-inflamatória: ajuda a reparar a neuroinflamação causada por drogas, reequilibra o eixo HPA (estresse) e melhora o funcionamento mitocondrial cerebral. Essas práticas não substituem o tratamento, mas potencializam a recuperação", finaliza.
Ver essa foto no Instagram
Leia também: Ex-apresentador da MTV foi parar em clínica de reabilitação após vício em drogas