Representatividade na telinha! Artistas ressaltam a importância de temas LGBT+ nos programas, séries e novelas de sucesso
No mês do orgulho LGBT+, celebrado em junho, temas como representatividade, tolerância e diretos vieram novamente à tona, trazendo importantes discussões sobre os assuntos que abordam mais profundamente à essa classe.
Agora quando os segmentos são televisão e novelas, a temática do "arco-íris" ainda vem permeada de tabus, estereótipos e mínima aceitação, porém, a necessidade de incluir a comunidade gay nas programações é cada vez mais necessária e cobrada por uma grande parcela do público.
Para falar mais sobre isso, a Contigo conversou com exclusividade com alguns artistas LGBT+, que ressaltaram a importância dessa temática ser apresentada nas emissoras, atrações e folhetins.
Conhecido por seus papeis de destaque em Chiquititas e Pantanal, além da participação no Camarote do BBB, ao ator Gabriel Santana (@gbielsantana) abriu o jogo ao falar da classe e da necessidade do tema ser tratado com sensibilidade e muito respeito.
"A representatividade LGBTQIAPN+ nas novelas e no audiovisual é fundamental, mas precisa vir acompanhada de escuta, profundidade e vivência real. Não se trata de dizer que só pessoas LGBTQIAPN+ podem contar essas histórias, mas é essencial que quem as escreva e dirija esteja genuinamente comprometido em compreendê-las com respeito e sensibilidade. Quando essa conexão não existe, o risco é de termos retratos superficiais ou estereotipados, que acabam mais afastando do que aproximando o público. Se queremos transformação de verdade, é preciso abrir espaço para que pessoas LGBTQIAPN+ ocupem posições de decisão: roteiristas, diretores, produtores, protagonistas. A diversidade por si só não é o fim; ela precisa vir acompanhada de qualidade artística, técnica e sensibilidade para dar conta da complexidade das nossas vivências. Só assim conseguimos construir narrativas potentes, humanas e transformadoras", falou o eterno intérprete do Mosca.
Já para Gabryell Urlan (@gabryellurlan), humorista, criador de conteúdo, DJ e Drag Queen, não se ver representado na televisão pode causar sérios impactos nas pessoas.
“Crescer sem se ver na TV é crescer em silêncio, como se faltasse uma parte da nossa história no mundo. Cada personagem LGBTQIAPN+ bem construído, cada trama contada com respeito, tem o poder de quebrar esse silêncio e fortalecer a autoestima de quem nunca se sentiu verdadeiramente representado. É sobre olhar pra tela e finalmente se reconhecer com leveza, com dignidade, com verdade", explicou.
Para Halessia (@halessia), que é influenciadora, DJ e Drag Queen, trazer essas abordagens pode inspirar o público que precise de força para quebrar barreiras em suas trajetórias de vida.
"Eu realmente acredito que ter drags e pessoas LGBTQIAPN+ em novelas faz uma enorme diferença. A gente acaba inspirando outras pessoas que são como nós a entenderem que podem estar em qualquer lugar. É sobre representatividade. É sobre dar visibilidade a quem, por muito tempo, foi invisibilizado nesses espaços. Durante muito tempo, esses papéis eram dados a atores héteros, que precisavam forçar uma interpretação de alguém gay, LGBT ou drag, simplesmente porque não queriam contratar quem realmente vive essa realidade — e que poderia entregar esse personagem com verdade. Ocupar esses espaços é um ato de força. É mostrar para quem está assistindo, especialmente para crianças e adolescentes que estão se descobrindo, que elas podem ser quem são, sem medo — e que têm o direito de estar em todos os lugares", destacou.
Ademara (@ademara), atriz, citou a importância de trazer essas temas com naturalidade, e abordar os LGBT em suas vidas cotidianas.
"Eu acho que é essencial também pautar a existência e os direitos LGBT para além do contexto do preconceito, discriminação e violência. Também é importante naturalizar nossa existência em contextos comuns, como donos de casa, familiares, pagantes de contas. Assim como é importante o jornalismo usar pessoas LGBT para além da página policial, nos considerando como personagens de uma matérias sobre aumento da conta de luz, por exemplo, o mesmo acontece na teledramaturgia e entretenimento. É preciso ter personagens que têm prioridades normais numa trama, e que um dos traços deles sejam ser LGBT, porque, às vezes, focar somente e para sempre na discriminação, pode acabar reforçando certos estigmas, caso que não haja uma ponderação com narrativas de experiências comuns também da existência dessas pessoas", falou.
Empresário artístico, ator e influenciador, Gui Taschetti (@guitaschetti) afirmou que a presença de LGBT+ nas programações tem o papel de mudar vidas.
"A presença da temática LGBT nas novelas e programas de TV é fundamental, não só pela representatividade, mas porque muda vidas. Quando a gente se vê na tela, entende que existe espaço pra sermos quem somos, com orgulho. A arte tem o poder de educar, acolher e quebrar preconceitos… e a televisão, que entra na casa de milhões de brasileiros, precisa usar esse poder com responsabilidade! Mostrar histórias reais, diversas e plurais não é tendência, é necessidade!", disse o ator.
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