Mulher descobre objeto esquecido em seu corpo após cesárea, que ocorreu cinco anos antes; dores constantes a fizeram procurar especialistas
Publicado em 07/04/2025, às 17h51
Tatiane Freitas dos Santos, de 42 anos, passou cinco anos convivendo com dores agudas em seu abdômen. Após receber uma série de diagnósticos equivocados, a cabeleireira descobriu o que era o caroço pulsante no local: tratava-se de uma compressa cirúrgica (uma espécie de gaze), esquecida dentro do seu corpo desde janeiro de 2020, quando realizou a cesárea do nascimento do seu filho.
Recentemente, Tatiane finalmente desvendou o mistério sobre o caroço que tinha no corpo: a mulher tinha uma compressa cirúrgica de aproximadamente 15 centímetros no abdômen. O objeto foi esquecido pelos médicos durante a cesárea, realizada 5 anos antes no Hospital da Luz, zona oeste de São Paulo, e retirado no último dia 18 de março.
Em entrevista ao G1, a cabeleireira contou que as dores insuportáveis começaram logo após a cirurgia. “A todo momento eu reclamava e as enfermeiras falavam: ‘Mãezinha, é normal, são os órgãos voltando para o lugar’”, relatou. A situação, no entanto, foi piorando ao longo dos anos, até que Tatiane decidiu ir em busca de um diagnóstico. “Quando eu ficava deitada, sentia ele pulsando”, explicou.
Tatiane passou por diversos médicos, que suspeitaram de doenças graves, como isquemia intestinal, fibromialgia, acúmulo de gordura e até mesmo um tumor. Até que, em agosto de 2024, durante uma aula de ioga, a mulher sentiu uma dor aguda. “Eu urrava de dor, não aguentei de tanta dor. Falei: ‘Não é normal, está acontecendo alguma coisa’”, relembrou.
A cabeleireira realizou mais um ultrassom, onde foi detectado um “corpo estranho” em seu organismo. A médica explicou, portanto, que seu corpo teria criado uma cápsula protetora em volta do objeto, e ele deveria ser removido com uma cirurgia.
A partir de então, Tatiane enfrentou uma verdadeira batalha judicial para conseguir realizar sua cirurgia. Em ação movida contra o Hospital da Luz e a Amil, plano de saúde, a mulher pediu uma intervenção médica de urgência, além da cobertura de custos e indenização por danos morais.
A Justiça concedeu uma liminar autorizando a cirurgia de Tatiane em outro hospital no dia 20 de dezembro de 2024. Até o momento, aguarda a decisão sobre o pedido de indenização.
Além dos danos físicos sofridos por Tatiane, a mulher também reflete que não conseguiu ser a melhor mãe durante esse tempo. “Se eu disser que tive uma maternidade onde pude dar o meu melhor para ele, não é verdade. Com as dores, às vezes ficava impaciente, preocupada, pensando: ‘O que será que é esse caroço?’”, desabafou.
O sonho de ter o segundo filho também foi interrompido, já que terá que aguardar cerca de um ano para avaliar as possibilidades de gravidez.
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