Após ataques racistas, estudante de 15 anos é encontrada desmaiada com saco na cabeça; caso aconteceu no colégio Mackenzie, em São Paulo
Publicado em 10/05/2025, às 11h20
Uma aluna de 15 anos foi encontrada desmaiada na manhã de 29 de abril com uma sacola amarrada com um fio em sua cabeça no banheiro do colégio Mackenzie, localizado em São Paulo. Segundo sua família, a consequência desse ato foram as diversas palavras de ódio e racismo que a estudante vinha sofrendo. A jovem segue internada.
A família da vítima disse que ela já tinha tentado tirar sua própria vida outras vezes, pois sofre com ataques racistas há mais de um ano. O colégio Mackenzie afirmou que não é possível saber o que de fato aconteceu com a estudante.
A família da aluna realizou um boletim de ocorrência na segunda-feira (5) e segundo a advogada Réa Sylvia, que está atuando no caso da família, a adolescente começou a estudar no colégio no início de 2024, no oitavo ano, com bolsa integral. Mas, desde o começo estava sendo ofendida com termos como cigarro queimado e preta lésbica e outras frases ofensivas como volta para a África.
Em entrevista à CBN, a advogada afirmou que a estudante escutava, diariamente, frases racistas. "Essa questão da homofobia que foi veiculado é pela ausência de um namorado. Então ela sofreu misoginia da própria infância, porque ela sendo uma menina de 15 anos, para ser aceita teria que ter um companheiro do lado".
A advogada informou que a mãe da aluna trabalha de forma autônoma e procurou a escola duas vezes no ano passado para relatar as situações enfrentadas. O colégio teria dito que não tinha conhecimento do caso e orientou a estudante a buscar apoio psicológico na própria escola. Porém, o atendimento não ocorreu por falta de disponibilidade.
Depois de ser achada desmaiada no banheiro por uma colega, a aluna recebeu os primeiros cuidados do médico da escola e foi encaminhada em ambulância da instituição para a Santa Casa de Misericórdia, onde permaneceu internada até terça-feira (6).
Logo depois, a jovem foi transferida para a unidade do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) Santana, onde ficará em acompanhamento por pelo menos oito dias.
O colégio Mackenzie se pronunicou sobre o ato e emitiu uma nota de repúdio sobre a ação sofrida e ofereceu suporto e apoio à toda a família da estudante.
Leia também: Taís Araujo relata racismo sofrido pelo filho de 14 anos e lamenta: 'Seria diferente'
