Idosa que teve morte atestada por hospital foi encontrada viva por funcionário de crematório; família diz que moverá processo
Adriana Peraita Publicado em 30/11/2023, às 15h10
Uma idosa de 90 anos foi encontrada viva em uma bolsa no necrotério do Hospital Regional de São José, na Grande Florianópolis, horas depois de ser falsamente declarada morta, no último sábado (25). Após a constatação, ela foi levada de volta para o quarto, mas veio a falecer nesta segunda-feira (27). A família da paciente disse que irá processar o hospital pelo erro.
Às 23h40 de sábado, a família de Norma Silveira da Silva, de 90 anos, foi comunicada de que ela havia falecido. Por volta da 1h30 da madrugada de domingo, um funcionário de um crematório foi ao necrotério dar início aos preparativos para o velório. Ao abrir o saco onde a idosa estava, percebeu que a mulher estava viva, com a pele quente e respirando.
A paciente, então, foi levada de volta para o quarto. No entanto, ela acabou falecendo na madrugada desta segunda-feira (27) às 4h50. Foram emitidos dois atestados de óbito para Norma Silveira da Silva, um no sábado e outro na segunda-feira.
Em entrevista ao 'G1', Jéssica Martins Silvi Pereira, amiga de Norma que estava no hospital, disse que a família da paciente irá processar o hospital: "É um descaso que eu não desejo para ninguém". Ela descreveu o ocorrido: "Quando ele abriu o saco ela estava respirando bem fraquinho. E, como ela não estava mais consciente, não conseguia pedir ajuda, ela tentava respirar e não conseguiu. Quer dizer, que das 23h40 até 1h30 da manhã ela ficou dentro do saco quase morrendo asfixiada".
Jéssica afirma que a família não teve explicações claras sobre o que causou a morte da paciente. Procurada pelo 'G1', a direção do hospital informou que Norma estava em tratamento paliativo e que u, processo de sindicância foi aberto para apurar o caso. O Comitê de Ética Médica e a Comissão de óbito também foram acionados.
A jovem passou por uma ultrassonografia. A expectativa era descobrir se ela estava grávida de uma sexta criança, uma possibilidade que havia surgido no exame anterior. No entanto, as notícias não foram nada boas.
É que um aborto espontâneo encerrou a gestação na oitava semana. O médico responsável pelo exame explicou que qualquer gestação de gêmeos apresenta risco. "Era uma gravidez de altíssimo risco. Uma gravidez de 2 bebês já é muito complicada. De 5, mais ainda", disse ao g1.
