Um padre mineiro de Montes Claros, é condenado pela Justiça por importunação sexual
Publicado em 13/05/2025, às 18h14
O padre Reginaldo Cordeiro de Lima, da Paróquia Divino Espírito Santo, em Montes Claros (MG), foi condenado pela Justiça por importunação sexual contra uma jovem de 19 anos. A sentença foi proferida pelo juiz Nalberbard de Oliveira Bichara, da 2ª Vara Criminal, que determinou a pena de um ano e seis meses de reclusão, em regime aberto. Além disso, o religioso deverá pagar multa e prestar serviços à comunidade. O episódio ocorreu em 2021, dentro da casa paroquial do bairro Planalto.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o crime aconteceu no dia 29 de setembro daquele ano, quando a vítima procurou o padre em busca de orientação espiritual. Abalada em sua fé, a jovem agendou uma conversa com o religioso, mas, de acordo com a denúncia, foi surpreendida por um comportamento abusivo. Conforme relatado, o padre a convidou para conhecer os cômodos da residência paroquial e, já dentro do quarto, trancou a porta, a abraçou e a beijou sem consentimento.
A vítima relatou à polícia que, após o beijo, simulou uma ligação de celular para conseguir sair do local. Ainda abalada, procurou a Polícia Civil para registrar a ocorrência. O episódio gerou repercussão na cidade, especialmente por envolver uma figura religiosa bastante conhecida na comunidade. A denúncia apresentada pelo MPMG foi aceita pela Justiça, que considerou as provas suficientes para a condenação do padre por importunação sexual.
Em sua defesa, Reginaldo negou as acusações. Seu advogado, Ernesto Queiroz de Freitas, alegou que a denúncia poderia ser consequência de um desequilíbrio emocional causado pela pandemia. “Trata-se de um distúrbio biológico que acometeu diversas pessoas durante o período da Covid-19”, afirmou, acrescentando que vai recorrer da decisão, pois acredita na inocência de seu cliente. A defesa também argumenta que não houve intenção libidinosa, e que a situação foi mal interpretada pela jovem.
Procurada, a Arquidiocese de Montes Claros informou que, por ora, não se manifestará sobre o caso. Enquanto isso, o processo deve seguir em instâncias superiores, já que a defesa pretende recorrer da condenação.
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