Após o crime que chocou o Brasil, perícia descobre que tipo de veneno matou crianças em Ovo de Páscoa
Publicado em 30/04/2025, às 15h36
Um chocante caso de envenenamento abalou a cidade de Imperatriz, no Maranhão. Dois irmãos, Evelyn Fernanda, de 13 anos, e Luís Fernando, de 7, morreram após consumirem um ovo de Páscoa contaminado com chumbinho, um veneno proibido e letal. A mãe das crianças, Mirian Lira, também ingeriu o doce e chegou a ser internada em estado grave. Após investigações, a Polícia Civil concluiu que o crime teria sido motivado por ciúmes: a suspeita, Jordélia Pereira, ex-mulher do atual namorado de Mirian, está presa preventivamente por duplo homicídio e tentativa de homicídio.
De acordo com as autoridades, a ação criminosa foi cuidadosamente premeditada. Jordélia viajou mais de 380 quilômetros de Santa Inês a Imperatriz. Imagens de segurança mostram a mulher disfarçada com óculos escuros e peruca, comprando o ovo de chocolate que mais tarde seria enviado à casa das vítimas. Após o envio do presente por um motoboy, ela retornou à sua cidade e foi detida assim que desembarcou. Com ela, a polícia encontrou perucas, embalagens de chocolate e um bilhete de ônibus, itens que reforçaram a acusação. “Todos os indícios levam a crer que o crime foi meticulosamente planejado”, declarou o delegado Ederson Martins.
O drama vivido por Mirian Lira se tornou público após a mãe, sobrevivente do atentado, relatar a dor da perda em entrevista. “Só Deus mesmo. Daqui pra frente não tenho nem um pouco de noção como vai ser. Só quero que seja feita justiça”, desabafou, emocionada. A mulher também contou que não suspeitou do chocolate recebido: “Na minha cabeça, achei que fosse o povo da Cacau Show confirmando se eu tinha recebido a embalagem”. Mirian disse ainda que todos estavam juntos na cozinha e provaram o ovo praticamente ao mesmo tempo.
O laudo pericial, elaborado pelo Instituto de Criminalística, confirmou a presença de veneno tanto no chocolate quanto nos corpos das crianças e nos objetos apreendidos com a suspeita. Jordélia, apesar de ter admitido o envio do ovo, nega ter contaminado o alimento. As investigações apontam que ela tinha ciúmes do novo relacionamento do ex-marido e desejava se vingar. Relatos também revelam que o casal vivia em constantes conflitos, inclusive na frente de uma igreja evangélica frequentada por ambos.
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