Após a discussão entre Latino e seu filho, Guilherme, psicólogo analisa a situação delicada envolvendo vícios e drogas; confira
Publicado em 20/05/2025, às 18h00
Nesta terça-feira (20), um dos assuntos mais comentados foi sobre o caso do cantor Latinocom seu filho, Guilherme Namentti, de 27 anos. O artista revelou que o jovem era dependente químico e com isso os dois começaram a se alfinetar e apontar problemas pesados entre si. O psicólogo e escritor Alexander Bez, explicou à Contigo! sobre a situação e analisou os principais pontos em casos como esse. Confira!
Para Alexandre, quando falamos em drogas, estamos falando, acima de tudo, de uma fragilidade emocional da pessoa que se envolve com elas. O problema das drogas é que elas ultrapassam a barreira da obsessão e da compulsão, ou melhor, mantêm essas características, mas vão além, porque se tornam um vício. "Esse vício é provocado principalmente pela presença de substâncias químicas que atuam diretamente no cérebro, independentemente da droga em questão. Quanto mais cedo a criança ou o adolescente entra em contato com essas substâncias, mais o cérebro se adapta a elas, devido às ramificações neurológicas e aos padrões de comportamento que envolvem o vício, principalmente no sistema nervoso central", inicia.
O uso precoce de drogas tende a gerar alterações de comportamento, podendo levar à violência e a mudanças profundas de personalidade. "Em termos emocionais, mesmo antes da compulsão e da obsessão, o desejo de usar drogas pode funcionar como um gatilho: a pessoa busca compensar algo que está emocionalmente mal resolvido em sua vida. Isso é sustentado por teorias da psicologia e da psicanálise: a droga é usada como uma forma de compensação para lacunas emocionais, afetando não só o aparelho psíquico, mas também o aparelho neurológico e neuropsiquiátrico", continua o psicólogo.
Segundo explicação de Alexandre, a diferença entre o álcool e a droga é que o álcool, apesar dos riscos, é um alimento socialmente aceito em pequenas quantidades. Já a droga, quando combinada com outras substâncias, pode se tornar uma verdadeira “bomba atômica”, especialmente quando há exposição pública e falta de apoio emocional.
Para Alexandre, o exemplo dos pais é essencial. Se a criança cresce em um lar violento, agressivo, marcado pela ausência de carinho, afeto e estrutura familiar, ela inevitavelmente absorverá esse padrão. "O ambiente familiar tem um peso enorme na formação emocional da criança. O que ela vive e observa se torna referência. Expor publicamente um jovem ou adolescente que está passando por esse problema só piora a situação. Isso tende a gerar mais raiva, frustração e sensação de injustiça, alimentando um ciclo vicioso de compulsão: quanto mais exposto, mais ele sente necessidade de compensar com o uso da droga e quanto mais usa, mais preso ao vício ele fica".
"A dica mais importante, reconhecida mundialmente, é eliminar a fonte do problema. Ou seja, cortar todas as relações com pessoas que introduziram a droga na vida do dependente. Isso é fundamental, mesmo que seja alguém próximo. A droga chega com uma falsa promessa de melhora, de alívio, mas isso é ilusório. Não existe melhora verdadeira no vício, apenas uma deterioração progressiva", diz Alexandre.
Outra dica fundamental é nunca rotular a pessoa como “drogada”. "Evite gritar, julgar ou ofender o dependente. É importante compreender que, muitas vezes, o vício começa por um deslize ou por influência de amigos. Por isso, romper com essas amizades é essencial: não há tratamento eficaz se a pessoa continuar convivendo com os mesmos estímulos", reforça Alexandre.
Por fim, para o psicólogo se for necessário, é melhor ficar sem amigos por um tempo do que manter-se cercado de quem incentiva o vício. Além disso, a prática de esportes, uma alimentação saudável e uma rotina equilibrada de sono são essenciais. O esporte e atividades recreativas funcionam como substitutos saudáveis, ocupando o espaço que antes era preenchido pela droga.
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