Tragédia! Mãe morre afogada e filhos são salvos por banhista em praia no litoral de SP

Uma tragédia abalou a cidade de Mongaguá, no litoral de São Paulo, na última terça-feira (8). Tamara Cristina de Paula Machado morreu afogada após entrar no mar com seus dois filhos, em um trecho considerado perigoso da Praia do Centro, próximo à foz de um rio. Apesar de os filhos terem sido resgatados com vida por banhistas, a mulher não resistiu e chegou a ser retirada da água em parada cardiorrespiratória, em grau 6 de afogamento – o mais grave. Ela foi levada ao pronto-socorro pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), onde sua morte foi confirmada.

O local do acidente não contava com a presença do Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar), o que dificultou uma resposta imediata de equipes treinadas. Tamara, moradora da cidade vizinha de Praia Grande, estava sem documentos no momento do incidente, mas aparentava ter entre 30 e 35 anos. Seus dois filhos, um menino de 6 anos e uma adolescente entre 15 e 17, foram atendidos e passam bem. A criança ficou sob os cuidados do pai, que também estava presente na praia.

Um dos momentos mais marcantes do resgate foi protagonizado por David Martins, de 34 anos, que estava pescando nas pedras quando viu o menino gritando por socorro. Sem hesitar, ele deixou para trás celular, carteira e documentos e correu em direção ao mar. “Ele estava se afogando, já estava todo molinho também e a todo momento falava que a mãe dele também estava na água”, contou ao g1. Depois de entregar o menino a outra pessoa na areia, David voltou à água e encontrou a filha de Tamara, que insistia em entrar para tentar resgatar a mãe. “Falei: ‘não adianta você entrar na água, vai se afogar também’. E ela respondeu: ‘não, eu tenho que buscar a minha mãe’.”

Tamara só foi localizada cerca de 20 minutos depois, boiando, quando algumas pessoas a identificaram e a retiraram da água. O esforço dos banhistas foi crucial para resgatar as crianças e tentar socorrer a mãe. David, mesmo enfrentando dificuldades financeiras e o desemprego, não se arrepende da decisão que tomou. “Foi Deus que permitiu que eu fosse lá na praia também. Acredito que se eu não estivesse ali, o menino também tinha ido. Sou pai de uma menina de 6 anos, então tive meu instinto de ajudar.”

Casos como esse acendem um alerta sobre os riscos do mar. A Capitão do GBMar, Karoline Burnsizian, já havia apontado que muitas pessoas desconhecem os perigos da água. “O mar é um livro que as pessoas não têm conhecimento e nem sabem ler”, afirmou em entrevista. 

Leia também: Mãe de criança que morreu por 'descuido' de dona de creche desabafa: 'Não posso'