Além de Lucimar, em Vale Tudo, outras seis mulheres trouxeram impactos reais na sociedade com seus dramas que atravessam a ficção; relembre
Publicado em 21/05/2025, às 12h52
As novelas sempre tiveram um papel social e trouxeram para as discussões da vida fora das telas tópicos de extrema relevância. Lucimar (Ingrid Gaigher) reafirma isto em Vale Tudo: após sua cena sobre a luta pela pensão do filho, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro viu o acesso de seu aplicativo aumentar 300% com um número grande de agendamentos para mães que buscam informações sobre o direito. A Contigo! lista outras personagens mulheres que impactaram na realidade.
Em Mulheres Apaixonadas, Raquel (Helena Ranaldi) sofria violência doméstica de Marcos (Dan Stulbach). Em 2003, a trama de Manoel Carlos destacou que a punição para agressores era branda. Três anos depois, em 2006, a Lei Maria da Penha foi criada e impactada pelas discussões da novela, além da enorme contribuição de Maria da Penha Maia, que ficou paraplégica devido às agressões que sofreu do ex-companheiro. O site Memória Globo destaca que, após o capítulo que a personagem denunciou o ex-marido, a Delegacia das Mulheres registrou um aumento de 40% de denúncias pelo 180.
Na pele de Morena, Nanda Costa foi vítima de tráfico na novela Salve Jorge. A trama de Glória Perez impactou na realidade: alinhado a matérias em grandes veículos e programas, como o Fantástico, diversas denúncias sobre o tema foram registradas. Uma procuradora da Justiça aposentada, Luiza Nagib, afirmou à Folha de S. Paulo que a obra impactou diretamente nesta realidade. Algumas vítimas, inclusive, declararam que a representação foi fidedigna.
Em Explode Coração, também de Glória Perez, o drama de Odaísa (Isadora Ribeiro) foi explorado. Ela procurava o filho Gugu (Luiz Claúdio Junior) e só o encontrou no último capítulo. A trama trouxe luz ao tema de sequestros relâmpagos de crianças e ajudou, na época, a encontrar 60 destes desaparecidos.
Camila (Carolina Dieckmann) em Laços de Família, de Manoel Carlos, sofreu com a leucemia e precisou de uma doação de medula óssea. A personagem fez a Globo receber uma honraria máxima devido a seu compromisso social, o BITC Awards, e fez o número de doadores aumentaram significativamente: de dez pessoas por mês, o Instituto Nacional do Câncer viu o número saltar para 149 novos doadores nas semanas do drama da personagem, segundo o Memória Globo.
Além do caso citado de 2003, em 2008 e 2011, duas personagens abordaram o tema: Catarina de A Favorita (Lilia Cabral) e Celeste de Fina Estampa (Dira Paes). Na primeira, a trama de João Emanuel Carneiro abordou as ofensas verbais e a violência física e psicológica que ela sofreu de Leonardo (Jackson Antunes). Em relação ao ano anterior, com o basta que a personagem deu e representou inúmeros casos parecidos, a Central de Atendimento à Mulher registou um aumento de 22,3% de denúncias.
Já na trama de Aguinaldo Silva, reprisada na pandemia de covid-19, Celeste apanhava de Baltazar (Alexandre Nero) e fez uma denúncia, dando um basta no valentão. Assim como nos casos anteriores, as denúncias aumentaram. Ao Uol, Jordana Rueda Amorim, delegada da Delegacia da Mulher, contou na primeira exibição do folhetim que é comum o aumento quando a trama aborda o tema.
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Vale Tudo é um sucesso exibido originalmente em 1988 e escrito por Gilberto Braga, Leonor Bassères e Aguinaldo Silva. Em 2025, a trama ganhou uma nova versão e traz o conflito entre mãe e filha mais acentuado, além de tentar responder à pergunta: é possível vencer no Brasil sendo honesto? A nova versão é escrita por Manuela Dias (Amor de Mãe) e tem direção artística de Paulo Silvestrini.